FMI em Bissau: Governo otimista com possibilidade de apoio
8 de novembro de 2022"Estou com um sentimento de que é desta vez que vamos ter um programa financeiro com o FMI [Fundo Monetário Internacional], tendo em conta o próprio engajamento do Estado", afirmou Ilídio Té.
Segundo o ministro, o Governo está "comprometido em cumprir com o saneamento das Finanças Públicas e a execução orçamental".
"Podemos constatar que decisões foram tomadas, algumas impopulares, compreendemos a reação", disse o ministro, referindo-se a medidas tomadas pelo Governo, incluindo o aumento de impostos.
Reuniões com sindicatos
Ilídio Té destacou também que durante a sua estada em Bissau o FMI não só vai reunir-se com as autoridades e parceiros, mas também com os sindicatos.
"Se queremos ter programa é desta vez e há oportunidades que não podemos deixar fugir", sublinhou o governante guineense.
"Ouvimos falar do apoio orçamental de Portugal e de França. Isso significa que há seriedade e confiança dos parceiros em quem está a gerir o país. Estamos para servir o povo, vamos continuar a servir o povo e estamos otimistas que vamos ter um programa financeiro com o fundo", salientou.
Missão em duas etapas
Uma missão do Fundo Monetário Internacional inicia esta terça-feira contactos com as autoridades da Guiné-Bissau para analisar a situação económica e as condições para negociar um programa financeiro, anunciou hoje o Ministério das Finanças guineense.
A primeira parte da missão do FMI, liderada por José Gijon, vai realizar-se de forma virtual e a a segunda parte vai decorrer em Bissau entre 14 de novembro e 22 de novembro.
Segundo o comunicado do Ministério das Finanças, o "programa financeiro com o FMI irá assegurar a implementação das reformas formuladas pelo Governo de Bissau, visando estabilizar a economia, melhorar a competitividade e reforçar a boa governação".
O FMI anunciou em maio que iria retomar brevemente a assistência financeira à Guiné-Bissau no âmbito da Facilidade de Crédito Alargado e destacou no âmbito das consultas do artigo IV que a gestão orçamental sustentável é uma "prioridade" e que a consolidação orçamental deve continuar em 2022 para "conter o elevado risco" de aumento da dívida pública.
No último relatório sobre as Previsões Económicas Mundiais, divulgado em outubro, o FMI prevê para 2022 na Guiné-Bissau um crescimento económico de 3,8% e de 4,5% em 2023.