Sede da Comissão Eleitoral na Gâmbia ocupada
13 de dezembro de 2016Segundo a agência de notícias Reuters, forças de segurança gambianas assumiram esta terça-feira (13.12) o controlo da sede da Comissão Eleitoral Independente (CEI) e proibiram os funcionários de entrarem no edifício.
O Presidente da Comissão, Alieu Nomarr Njai, foi forçado a abandonar o edifício. "Os soldados entraram no meu gabinete e deram-me ordens para sair”, disse Njai à agência Reuters, em Banjul.Recorde-se que o chefe de Estado cessante, Yayha Jammeh, rejeita o resultado da eleição presidencial de 1 de dezembro, que o seu rival Adama Barrow, venceu. Jammeh tinha declarado que aceitava o veredito das urnas, mas, depois, recusou aceitar o resultado.
Entretanto, chefes de Esatdo da África Ocidental começaram a chegar à Gâmbia para tentar convencer Jammeh a reconhecer definitivamente a sua derrota eleitoral e ceder o poder ao vencedor, a fim de evitar que o seu país entre numa onda de violência pós-eleitoral.
UA apela ao presidente da Gâmbia para ceder o poder
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) apelou ao presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, para respeitar "a vontade" do povo e não tentar anular os resultados das presidenciais de 01 de dezembro, em que foi derrotado.
A UA está a analisar o envio de uma delegação de alto nível a Banjul para mediar a transferência de poder, após Jammeh ter declarado na sexta-feira 09.12) que não aceitará os resultados das eleições vencidas por Adama Barrow, indica um comunicado divulgado esta terça-feira (13.12) pela organização pan-africana.
Os representantes da UA poderiam continuar o trabalho da missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que chegou hoje na Gâmbia para pedir a Jammeh que ceda o poder como prometeu após o escrutínio.
"A UA rejeita firmemente qualquer tentativa de eludir ou anular os resultados das eleições presidenciais na Gâmbia no dia 01 de dezembro, que expressam claramente a vontade e escolha do povo gambiano", precisa a organização.
Irregularidades na votação?
Jammeh, 51 anos e há 22 no poder, admitiu inicialmente a derrota, mas na sexta-feira à noite voltou atrás e recusou aceitar o resultado das eleições, alegando irregularidades na votação.
No domingo 11.12), anunciou que apresentará um recurso ao Tribunal Constitucional para que os resultados sejam anulados e as eleições repetidas.
A União Africana considera que as eleições foram "livres e transparentes" e defende uma transferência de poderes "rápida e pacífica" para preservar a estabilidade e a democracia na Gâmbia e em toda a região.
Jammeh chegou ao poder em 1994 através de um golpe de Estado e é há muito acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de deter, torturar e assassinar opositores.