Forças especiais do Quénia e Israel invadem centro comercial para libertar reféns
Segundo dados revelados pela Cruz Vermelha do Quénia, pelo menos 69 pessoas morreram e 175 ficaram feridas. 63 pessoas ainda estão desaparecidas, disse a Cruz Vermelha num comunicado na segunda-feira.
Uma força especial de intervenção do exército de Israel em conjunto com as autoridades de segurança quenianas entraram este domingo (22.09.) no Centro Comercial Westgate Mall para encurralar os atiradores e libertar os reféns. O shopping onde decorreu o ataque é de propriedade israelita.
Radicais muçulmanos do movimento islamista Al-Shabab, da Somália, ainda mantêm em cativeiro um número de reféns desconhecido, no interior do edifício, localizado num bairro rico de Nairóbi. Seguindo um método similar ao usado nos atentados de 2008 em Bombaim, na Índia, os terroristas montaram barricadas nas lojas do prédio.
Dez a 15 atiradores no edifício
No sábado, depois dos primeiros tiros, forças de intervenção do exército queniano entraram no centro comercial de Nairóbi e retiraram mais de mil pessoas. O ministro do Interior, Joseph Ole Lenku, acredita que no centro comercial ainda se encontrem dez a 15 atiradores.
Testemunhas contam que os rebeldes, encapuzados e armados, permitiram a saída do centro comercial às pessoas que conseguissem provar serem muçulmanas, a partir da recitação de uma oração ou respondendo a uma pergunta sobre o islão.
"Há clientes, há funcionários, há muitas pessoas no interior do edifício... E há muitas pessoas a serem mortas", relata uma das vítimas.
Entre os mortos estão pessoas com idades compreendidas entre os 2 e os 78 anos e muitos estrangeiros. Há a confirmação de que pelo menos três britânicos, dois franceses, dois canadianos, dois indianos, uma chinesa, um sul-coreano, um sul-africano e uma holandesa estão entre as vítimas.
O poeta e escritor do Gana Kofi Awoonor está entre as vítimas mortais, segundo o presidente do Quénia, Uhuro Kenyatta.
Estados Unidos manifestam apoio às autoridades
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revelou ao homólogo do Quénia Uhuro Kenyatta o seu apoio para conduzir os atacantes à justiça. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, confirmou que dezenas de americanos foram feridos no ataque.
Uhuru Kenyatta, empossado em março, promete capturar os atacantes.
"Nós estamos ao lado das famílias daqueles que perderam as suas vidas e prestamos a todos os quenianos as nossas profundas condolências", disse num discurso televisivo.
"Eu peço a Deus que vos dê conforto para enfrentar esta tragédia. Eu sei o que vocês estão a sentir, eu também perdi familiares muito próximos neste ataque. Mas deixem-me dizer claramente, nós vamos capturar os atacantes. Nós vamos apanhá-los e vamos puni-los por este crime hediondo", acrescentou.
O ex-primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, informou os repórteres que os terroristas controlam o andar subterrâneo e o terceiro andar do prédio.
"Um número de pessoas ainda está a ser mantido como refém no local, mas nós sabemos que as nossas forças de segurança estão à altura da tarefa de lidar com a situação. É delicado, mas nós pedimos que todos os esforços fossem feitos para salvar as vidas daqueles que ainda estão em perigo", declarou Raila Odinga, asseverando que o governo não estava em negociações com os rebeldes.