Forças ucranianas entram em Kherson após retirada russa
11 de novembro de 2022O Exército da Rússia concluiu nesta sexta-feira a sua retirada da região ucraniana anexada de Kherson, anunciou o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.
"Hoje, às 5 horas da manhã, horário de Moscovo, foi concluída a transferência das unidades russas na frente de Kherson para a margem esquerda do rio Dnieper", disse o general russo no seu relatório diário sobre o conflito na Ucrânia.
Konashenkov afirmou que "nem uma única peça" de equipamento militar foi abandonada na margem direita do rio que divide a região e banha a capital regional de mesmo nome.
Em setembro, o Exército russo foi amplamente criticado por se retirar apressadamente da região de Kharkiv, no leste da Ucrânia, deixando para trás uma grande quantidade de armas e veículos militares. Os soldados russos que se retiraram do norte de Kherson foram destacados para posições defensivas preparadas anteriormente na margem esquerda do rio, de acordo com Konashenkov.
Kiev volta a controlar Kherson
O Exército ucraniano entrou na região logo após a retirada das forças russas.
"Kherson regressou ao controlo ucraniano. Unidades das Forças Armadas ucranianas entraram na cidade", declarou o Ministério da Defesa, num comunicado divulgado na rede social Facebook.
O Ministério também pediu aos soldados russos para permanecerem no local e "renderem-se imediatamente", prometendo "preservar a vida e a segurança" daqueles que o fizerem.
"Os vossos líderes dizem-vos para vestirem roupas civis e tentarem fugir, por conta própria. Evidentemente, não terão sucesso. Qualquer soldado russo que resista será eliminado. Apenas têm uma solução para evitar a morte: renderem-se imediatamente", prometeu o Governo ucraniano, no comunicado.
A retirada das forças russas ocorre seis semanas depois de o Presidente Vladimir Putin ter anexado a região de Kherson e três outras províncias ucranianas, prometendo que estas regiões permaneceriam russas para sempre.
Kiev congratula-se com retirada
A retirada das tropas de Kherson, anunciada na quarta-feira, já é considerada a maior derrota sofrida por Moscovo desde o início dos combates, em fevereiro. A razão é a incapacidade das tropas russas de garantir a defesa do território anexado há um mês e meio diante da superioridade numérica das forças ucranianas.
Inicialmente, as autoridades ucranianas reagiram com ceticismo a esta retirada, argumentando que ela poderia ser uma emboscada.
"O inimigo não nos dá nada [...] Conseguimos tudo isto a lutar", frisou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.