FRELIMO exige que edil revele origem de recursos para obras
1 de setembro de 2021A ampliação de obras públicas e serviços na cidade moçambicana de Nampula - sobretudo nas componentes de construção de estradas em quase todos os bairros periféricos e limpeza urbana - está a preocupar a bancada da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) na Assembleia Municipal. Os parlamentares da FRELIMO questionam de onde vêm os recursos da edilidade.
Chicochi Quintino, vice-chefe da bancada da FRELIMO - o principal partido da oposição na autarquia - quer saber onde o edil Paulo Vahanle arranjou o dinheiro para custear tantas obras em curso. O parlamentar considera positivo o facto de a autarquia ser "palco de certas obras", todavia quer saber quem financia o projeto 'Limpa Nampula".
"Gostaríamos de ter uma explicação detalhada sobre a proveniência dos fundos para a efectivação [dos projetos]”, diz Chicochi Quintino, vice-chefe da bancada do principal partido de oposição.
O autarca da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) assumiu publicamente a má gestão da cidade, alegando inexperiência na governação. Entre os fatores que influenciariam no fracasso, segundo Vahanle, estaria também a lentidão do Governo central para desembolsar recursos do Fundo de Compensação Autárquica (FCA) e do Fundo de Investimento Autárquico (FIA).
Explicações sobre viagem
No mês passado, Paulo Vahanle viajou ao Brasil a serviço, e a oposição argumenta que a viagem do edil foi ilegal por não ter sido autorizada pela Assembleia Municipal.
"O edil é uma figura pública e as suas ausências na autarquia devem ser devidamente autorizadas pelo legislativo. Tanto mais agora, nos tempos da pandemia de Covid-19”, argumenta Quintino. O líder da bancada da FRELIMO também pontua que os objetivos e os resultados da deslocação ainda não foram esclarecidos.
Edil da terceira maior cidade moçambicana, Paulo Vahanle diz que não pode revelar os "segredos do sucesso da sua governação". Ele relembra que já foi provado em julgamento que "não havia desviado nenhum fundo”. Ele diz que revelar seria passar o "segredo ao adversário”, o que não irá fazer: "É um segredo de governação. Por essa razão há partidos diferentes e cada um concorre consoante seus projectos de desenvolvimento", explica.