Gabão: Filho do Presidente deposto acusado de "alta traição"
20 de setembro de 2023O anúncio foi feito esta terça-feira (20.09) pelo procurador de Libreville, André-Patrick Roponat.
O filho mais velho de Ali Bongo, a antiga porta-voz presidencial, Jessye Ella Ekogha, e outras quatro pessoas foram "acusados na terça-feira e colocados em prisão preventiva", disse o procurador em declarações à agência de notícias francesa AFP.
No dia 30 de agosto, menos de uma hora depois do anúncio da reeleição de Ali Bongo, no poder desde 2009 e acusado de fraude massiva, os militares, liderados pelo general Brice Oligui Nguema, depuseram-no, acusando o seu regime do "desvio massivo" de fundos públicos.
No mesmo dia do golpe de Estado, os militares prenderam um dos filhos do chefe de Estado deposto, bem como outros cinco jovens altos funcionários do gabinete do ex-Presidente e da sua mulher, Sylvia Bongo Valentin, que está em prisão domiciliária, mas que os advogados consideram uma detenção arbitrária.
Gabão nas mãos dos Bongo
O Presidente deposto, primeiro em prisão domiciliária em Libreville durante alguns dias após o golpe, está "livre para se deslocar" e tem a possibilidade de "ir para o estrangeiro", anunciou o general Oligui a 6 de setembro.
Ali Bongo esteve no comando do país desde a morte, em 2009, do seu pai, Omar Bongo, que estava no poder desde 1967.
O golpe no Gabão foi o segundo em um mês em África, depois do Exército ter tomado o poder no Níger a 26 de julho.
Além disso, o Gabão juntou-se à lista de países que sofreram com insurreições militares nos últimos três anos: Mali (agosto de 2020 e maio de 2021), Guiné-Conacri (setembro de 2021), Sudão (outubro de 2021) e Burkina Faso (janeiro e setembro de 2022).
A junta militar golpista nomeou o general Brice Oligui Nguema, comandante da Guarda Republicana, uma unidade de elite das Forças Armadas do país, como o novo Presidente de transição.