George Floyd é sepultado como mártir nos EUA
9 de junho de 2020"Chegou o momento de celebrarmos a vida dele", disse a pastora Mia Wright esta terça-feira (09.06) durante as cerimónias fúnebres do afro-americano George Floyd.
A cerimónia aconteceu numa igreja, a que acorreram muitas pessoas para prestar a sua última homenagem. "Podemos chorar, lamentar, mas encontraremos conforto e esperança", afirmou Wright.
Os familiares de George Floyd, um afro-americano de 46 anos que morreu há cerca de duas semanas depois de ser imobilizado no chão por um polícia branco que lhe pressionou o pescoço com um joelho, abraçaram-se diante do caixão, enquanto um grupo evangélico cantava. O silêncio foi imposto quando o caixão chegou. A partir de então, a polícia formou uma guarda de honra.
"Queremos que a família saiba que não está sozinha", afirmou o congressista democrata Al Green à chegada ao local.
Protestos em todo o mundo
A morte de George Floyd levou milhares de norte-americanos às ruas para exigir o fim da brutalidade policial e da discriminação racial. As manifestações tornaram-se as maiores desde o movimento pelos direitos civis nos EUA, na década de 1960. Dezenas de cidades norte-americanas foram palco de atos de pilhagem.
"Há uma grande mudança a acontecer e toda a gente, especialmente os negros, devem agora fazer parte disso", afirmou Kersey Biagase, que viajou mais de três horas desde o Estado de Louisiana, com a namorada.
Os protestos também ocorreram fora dos EUA. Da Europa à Austrália, manifestações de pessoas indignadas espalharam-se por vários continentes. "O racismo não é apenas um problema norte-americano, é um problema global", afirmou o advogado da família da vítima, Benjamin Crump.
O funeral aconteceu um dia depois de cerca de 6.000 pessoas participarem num velório público, também em Houston.
"Chegou a hora da justiça racial" nos Estados Unidos, afirmou o candidato democrata à Presidência, Joe Biden, nesta terça-feira, num vídeo divulgado durante a cerimónia fúnebre de George Floyd.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau e incorre numa pena de 40 anos de prisão. Os restantes respondem por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.