Golpe: ONG guineense exige transferência de detidos
11 de abril de 2022"A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) manifesta a sua profunda estranheza perante a indiferença e a falta de sensibilidade das autoridades judiciais face à degradação contínua das condições de detenção dos suspeitos com potenciais riscos de perda de vidas humanas", referiu a organização não-governamental, em comunicado divulgado no domingo.
A LGDH manifestou novamente a sua preocupação face a "informações preocupantes da deterioração do estado de saúde" dos detidos.
Depois de na semana passada a organização de direitos humanos ter denunciado dois casos de doença grave, este fim de semana um outro detido foi transferido para o Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, em "estado bastante preocupante".
"Perante o gritante e manifesto estado de insalubridade do centro de detenção da Segunda Esquadra de Bissau, a LGDH exige o seu encerramento imediato e consequente transferência dos detidos para outros espaços com condições humanamente aceitáveis", refere a organização.
Avaliação médica dos detidos
A LGDH exige também uma avaliação médica a cada um dos detidos "com problemas sérios de saúde e a adoção de medidas legais e sanitárias, conducentes à salvaguarda e dignidade dos mesmos".
Em 1 de fevereiro último, homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a "gente relacionada com o tráfico de droga". As autoridades detiveram cerca de 60 pessoas, segundo dados da LGDH.
Na sequência dos acontecimentos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio de uma força de apoio à estabilização do país.