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ReligiãoAngola

Angola: Governo brasileiro quer explicação sobre deportações

Lusa
14 de maio de 2021

Ministério das Relações Exteriores do Brasil convoca embaixador de Angola no país para saber detalhes sobre as deportações no âmbito do conflito na IURD. Governo brasileiro quer esclarecimentos legais sobre o caso.

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Angola Universal do Reino de Deus - IURD, Kirche
Foto: Borralho Ndomba

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Carlos França, solicitou ao embaixador angolano em Brasília, Florêncio Mariano, explicações sobre a "notificação de deportação de 34 cidadãos brasileiros" em Angola.

Em causa está a deportação de missionários da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que foram notificados em abril para deixarem voluntariamente o país por terem cessado a atividade eclesiástica em Angola. Os missionários tiveram vistos cancelados na sequência de um ofício da nova direção angolana da IURD.

Em comunicado, o Governo brasileiro indicou que, desde que a Embaixada do Brasil em Luanda tomou conhecimento das deportações e manteve "permanente contacto com as autoridades angolanas para assegurar a devida proteção consular, que foi prestada em cada ocasião em que foi necessária".

Segundo o Governo brasileiro - na noite de terça-feira (11.05), nove dos 34 cidadãos brasileiros embarcaram para o Brasil, num processo que decorreu com "tranquilidade", através de "apresentação voluntária", e deu-se na "presença de dois funcionários consulares brasileiros, que acompanharam o processo ao longo de todo o dia, prestando a plena assistência consular".

"A pedido do embaixador do Brasil, foi assegurado aos demais brasileiros, que não conseguiram embarcar na noite de 11/05, o direito de aguardar o embarque em suas residências", conclui a nota do Ministério das Relações Exteriores.

 Edir Macedo und Jair Bolsonaro
Edir Macedo (esq.) ao lado do Presidente Jair Bolsonaro em evento alusivo à independência do Brasil, em 2019Foto: Getty Images/AFP/E. Sa

Entenda o caso

O conflito interno na IURD teve o seu início em novembro de 2019, quando um grupo de dissidentes angolanos decidiu afastar-se da direção brasileira com várias alegações de crimes - nomeadamente de evasão de divisas, racismo, prática obrigatória de vasectomia, entre outras.

Os missionários da igreja criada pelo brasileiro Edir Macedo negaram as acusações e acusaram também os angolanos de xenofobia e agressões.

Na justiça angolana - depois de iniciadas as divergências entre as partes, agravadas com a tomada pela força de templos em todo o país - tramitam vários processos judiciais relacionados à IURD-Angola.

Uma Comissão de Reforma de pastores angolanos foi legitimada pelo Estado angolano, tendo a nova direção da IURD, encabeçada pelo bispo Valente Bezerra, sido eleita em assembleia-geral a 13 de fevereiro.

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