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Niassa tenta impedir fraude de pensões a ex-combatentes

Manuel David (Lichinga)31 de julho de 2015

Preocupada com a crescente onda de "falsos" ex-combatentes beneficiados por pensões ilegais, a administração da província do norte de Moçambique fecha cerco contra funcionários públicos envolvidos na rede fraudulenta.

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Foto: picture-alliance/Paul O'Driscoll/Impact Photos

Cresce vertiginosamente o número de falsos ex-combatentes que recebem pensões ilegais em diversos pontos do Niassa, no norte de Moçambique. O Governo da província já contabiliza 64 casos.

Segundo as autoridades locais, o esquema fraudulento é conduzido por funcionários da Direcção Provincial para os Assuntos dos Antigos Combatentes de Niassa, que facilitariam o registo e a admissão dos falsos ex-combatentes.

Sem adiantar o número real de pessoas envolvidas na rede fraudulenta, o governador do Niassa, Arlindo Chilundo, prometeu fechar o cerco.

"Já no início do ano eram 40 denúncias de falsos combatentes ao redor da província. Isso simplesmente mostra que temos vulnerabilidade", afirmou em entrevista à DW África.

Fenómeno não é novo

Segundo o jornalista Santos Felisberto, do jornal "Catembe no Niassa", que tem acompanhado o caso, o problema parte das instituições.

"É preciso haver um trabalho desde a base, na província, até o Ministério, porque é lá onde as coisas são 'cozinhadas' e as pessoas são beneficiadas por essa pensão", explica.

O governador do Niassa afirma que o fenómeno na província não é novo e, por isso, urge a necessidade de cortar o mal pela raiz.

"Deveríamos ter no mínimo removido o funcionário ou os funcionários que estão a facilitar essa fraude massiva, que não prejudica apenas o Estado moçambicano, mas também os verdadeiros combatentes", diz Chilundo.

A província do Niassa possui 14.673 ex-combatentes registados. Mais de três mil ex-soldados aguardam a regularização dos processos para a fixação de suas pensões.

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