Quenianos não vacinados não podem acessar serviços públicos
23 de novembro de 2021"Todas as pessoas que precisarem de ser atendidas presencialmente nos serviços governamentais terão de estar totalmente vacinadas e devem obter o certificado de vacinação até ao dia 21 de dezembro de 2021”, afirma o Ministro da Saúde.
A medida aplica-se a várias instalações públicas, tais como escolas, hospitais, prisões ou serviços de imigração. Para a utilização de transportes públicos e a entrada em parques nacionais e áreas protegidas do país também é preciso estar vacinado.
À DW África, o epidemiologista queniano Abdala Ziraba diz que, embora a vacinação forçada possa ser considerada ilegal, a medida serve para proteger o país. "Penso que a saúde pública deveria estar acima dos direitos individuais, uma pessoa pode escolher não ser vacinada porque é o seu direito legal, mas também não tem o direito de expor as outras pessoas”, explica o epidemiologista.
Povo contra obrigatoriedade da vacina
As opiniões ouvidas nas ruas da capital Nairobi acerca da vacinação partilham um tom semelhante, que contraria Ziraba. Para o estudante de medicina George Mutugi, "é injusto o Governo forçar as pessoas a tomar a vacina. Para começar, em medicina é ilegal forçar uma pessoa a tomar qualquer tipo de medicação contra a sua vontade. Em segundo lugar, os serviços governamentais deveriam ser de acesso indiscriminado, incluindo os da vacina.”
O cidadão Kiprotich Barasa, ouvido pela DW num vox pop afirma que "o Governo está a ser injusto porque cada um de nós tem uma reação diferente à vacina contra a Covid-19. Levá-la tem de ser algo voluntário, não forçado”.
Judy Jerotich opina de forma semelhante, "a vacinação deveria ser opcional, alguns de nós têm condições subjacente e é por isso que receamos tomar a vacina, deixem as pessoas decidir o que fazer com o seu corpo”.
O Quénia pretende vacinar 10 dos 53 milhões de habitantes do país até ao final do ano.