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SaúdeQuénia

Quenianos não vacinados não podem acessar serviços públicos

Andrew Wasike
23 de novembro de 2021

No Quénia, quem não tiver forma de provar que está vacinado não será atendido presencialmente nos serviços governamentais. Ministro da Saúde, Mutahi Kagwe, anunciou que proibição entra em vigor no dia 21 de dezembro.

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Coronavirus | Impfprogramm in Kenia
Enfermeira no Kenyatta National Hospital mostra ampola e vacina da AstraZenecaFoto: Robert Bonet/NurPhoto/picture alliance

"Todas as pessoas que precisarem de ser atendidas presencialmente nos serviços governamentais terão de estar totalmente vacinadas e devem obter o certificado de vacinação até ao dia 21 de dezembro de 2021”, afirma o Ministro da Saúde.

A medida aplica-se a várias instalações públicas, tais como escolas, hospitais, prisões ou serviços de imigração. Para a utilização de transportes públicos e a entrada em parques nacionais e áreas protegidas do país também é preciso estar vacinado.

À DW África, o epidemiologista queniano Abdala Ziraba diz que, embora a vacinação forçada possa ser considerada ilegal, a medida serve para proteger o país. "Penso que a saúde pública deveria estar acima dos direitos individuais, uma pessoa pode escolher não ser vacinada porque é o seu direito legal, mas também não tem o direito de expor as outras pessoas”, explica o epidemiologista.

Kenia Gesundheitsminister Mutahi Kagwe
Proibição foi anunciada pelo ministro Mutahi KagweFoto: Getty Images/AFP/T. Karumba

Povo contra obrigatoriedade da vacina

As opiniões ouvidas nas ruas da capital Nairobi acerca da vacinação partilham um tom semelhante, que contraria Ziraba. Para o estudante de medicina George Mutugi, "é injusto o Governo forçar as pessoas a tomar a vacina. Para começar, em medicina é ilegal forçar uma pessoa a tomar qualquer tipo de medicação contra a sua vontade. Em segundo lugar, os serviços governamentais deveriam ser de acesso indiscriminado, incluindo os da vacina.”

O cidadão Kiprotich Barasa, ouvido pela DW num vox pop afirma que "o Governo está a ser injusto porque cada um de nós tem uma reação diferente à vacina contra a Covid-19. Levá-la tem de ser algo voluntário, não forçado”.

Judy Jerotich opina de forma semelhante, "a vacinação deveria ser opcional, alguns de nós têm condições subjacente e é por isso que receamos tomar a vacina, deixem as pessoas decidir o que fazer com o seu corpo”.

O Quénia pretende vacinar 10 dos 53 milhões de habitantes do país até ao final do ano.

(In)verdades: as vacinas contra a Covid-19