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Moçambique lança plano de vacinação contra a Covid-19

ms | DW (Deutsche Welle) | Lusa
5 de março de 2021

Depois de muitas críticas, o primeiro-ministro moçambicano apresenta nas próximas horas o plano nacional de vacinação contra a Covid-19, horas depois de o Presidente Nyusi ter anunciado a retoma das aulas presenciais.

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Primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do RosárioFoto: Romeu da Silva/DW

O plano nacional de vacinação contra a Covid-19 será dado a conhecer esta sexta-feira (05.03), numa cerimónia dirigida pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário.

O objetivo do plano é "fornecer diretrizes para a implementação priorizada da vacinação contra a Covid-19 de forma segura e eficaz, assegurando a equidade e qualidade na oferta da vacinação", de acordo com uma nota do gabinete do primeiro-ministro citada pelo jornal O País.

Segundo a mesma fonte, o Governo considera o início da vacinação "uma prioridade nacional", uma vez que poderá reduzir o impacto da doença, quer no Sistema Nacional de Saúde quer a nível socioeconómico.

Críticas da sociedade civil

Nos últimos dias, a sociedade civil exigiu ao Governo a divulgação do plano de vacinação e teceu duras críticas pela demora do lançamento oficial. "O Governo está a empurrar o assunto das vacinas com a barriga até que apareça um doador", criticou em declarações recentes à DW Borges Nhamire, do Centro de Integridade Pública (CIP), para quem o processo se tem pautado pela falta de transparência.

Ainda antes do lançamento do plano, a cidade de Maputo recebeu já a 24 de fevereiro as primeiras doses de vacinas contra a Covid-19, doadas pela China. Cerca de 60% do primeiro lote de 200 mil vacinas são destinadas aos profissionais de saúde moçambicanos que estão na linha da frente no combate à pandemia, segundo o Ministério da Saúde.

Mosambik Maputo Covid-19 Impfstoff
Maputo recebeu 200 mil doses de vacinas do laboratório farmacêutico chinês SinopharmFoto: Maputo, Mosambik, Covid-19, Impfstoff, Pandemie, China

O bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique, Gilberto Manhiça, aplaudiu o Governo por ter escolhido os profissionais de saúde para serem os primeiros a receber a vacina. A classe está numa situação de maior exposição à infeção pelo novo coronavírus e é também um vetor de propagação da doença, lembrou.

No plano de vacinação, também deverá ser dada prioridade a outros grupos expostos, com destaque para a polícia. 

Retoma das aulas presenciais

O lançamento do plano nacional de vacinação contra a Covid-19 acontece horas depois de Filipe Nyusi ter anunciado a retoma das aulas presenciais em todos os subsistemas de ensino em Moçambique. O Presidente da República justificou a medida com os baixos níveis de contaminação entre professores e alunos.

Os treinos de clubes que jogam no principal campeonato do país, o Moçambola, também deverão ser retomados. O chefe de Estado acredita que, com a implementação das medidas de prevenção, em pouco tempo o país poderá aliviar as restrições. Mas não se pode parar a prevenção, até porque as vacinas "não são um milagre", frisou Nyusi.

Mantém-se também o recolher obrigatório durante a noite, das 21:00 às 04:00, na área metropolitana de Maputo, que abrange os distritos de Matola, Boane e Marracuene.

Filipe Nyusi alertou ainda para o risco de uma terceira vaga de Covid-19, pedindo às autoridades o reforço da fiscalização para o uso das máscaras. Só em janeiro o país registou mais casos e mortes que em todo o ano de 2020, elevando para mais de 300 o número de internamentos e pressionando o sistema de saúde.

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