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Greve dos profissionais de saúde com "muita adesão"

Lusa
1 de junho de 2023

Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique diz que greve de 25 dias, iniciada esta quinta-feira, contou com a adesão de um terço dos profissionais. Governo diz que "há ausências", mas "trabalho está a decorrer".

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Mosambik Cholera-Behandlung in Chimoio
Foto: Bernardo Jequete/DW

Um terço dos enfermeiros e outros profissionais de saúde moçambicanos aderiram, esta quinta-feira (01.06), a uma greve de 25 dias convocada contra a falta de material de trabalho e baixos salários, disse à Lusa o presidente da associação da classe.

"Há muita adesão", disse Anselmo Muchave, presidente da Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique (Apsusm), referindo que paralisaram a atividade cerca de 18 mil profissionais, cerca de um terço dos 54 mil do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Por seu lado, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, disse ter "informações de todo o país" de que "há algumas ausências" de profissionais de saúde, mas que "de uma forma geral o trabalho nas unidades sanitárias está a decorrer".

Armindo Tiago
Armindo Tiago, ministro da SaúdeFoto: Roberto Paquete/DW

O governante voltou a fazer um apelo para que o setor não adira à greve para não prejudicar os serviços de saúde.

Anselmo Muchave, presidente da Apsusm, pediu "perdão à população moçambicana" pela situação "delicada" provocada pelo protesto, mas considerou que a paralisação é justificada.

"O material e equipamento de trabalho que nós exigimos não é para levar para as nossas casas, é mesmo para servir os pacientes", sustentou.

Abertura ao diálogo

Muchave manifestou "abertura ao diálogo" com o Ministério da Saúde, mas defendeu que o desejo da associação era que fosse "ao mais alto nível do Governo" visando o alcance de "resultados satisfatórios".

Assinalou que as discussões com a tutela "fracassaram", porque o Ministério da Saúde escudou-se no argumento de não reconhecer a existência da associação, por não ter ainda os estatutos publicados no Boletim da República.  Vários enfermeiros e técnicos administrativos disseram à Lusa que não estão a trabalhar em observância à greve e ao apelo da Apsusm.

"Os doentes estão a voltar para casa, porque não há atendimento", afirmou uma técnica administrativa que trabalha num dos maiores hospitais de Maputo.

A Apsusm queixa-se da falta de luvas e soro entre outros materiais nas unidades de saúde, além de contestar a Tabela Salarial Única (TSU).

No final do último ano, outra organização, a Associação Médica de Moçambique (AMM), fez uma greve de 19 dias em protesto contra a TSU, alcançando acordos com o Governo nalguns pontos do caderno reivindicativo.