Novos ataques aéreos atingem várias cidades ucranianas
15 de novembro de 2022A Rússia "não atingirá os objetivos" de destruição de infraestruturas energéticas ucranianas, disse o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após os múltiplos ataques russos com mísseis desta terça-feira (15.11).
Ao início da tarde desta terça-feira (15.11), o presidente da câmara de Kiev, Vitaly Klitschko, confirmou que pelo menos três mísseis russos atingiram edifícios residenciais na capital ucraniana e que há registo de pelo menos um morto.
"No bairro de Petchersk, num dos prédios atingidos, as equipas de salvamento encontraram o cadáver de uma pessoa", lamentou Klitschko, na plataforma digital Telegram.
Mais tarde, também as cidades ucranianas de Lviv (oeste) e Kharkiv (nordeste) foram alvo de bombardeamentos russos, indicaram os respetivos presidentes da câmara.
Em reação ao sucedido, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky publicou um pequeno vídeo na rede social Facebook, onde afirma que "está claro o que o inimigo quer, mas não vai conseguir".
"Estamos a trabalhar, vamos restaurar tudo, vamos sobreviver a tudo! Glória à Ucrânia!", enfatizou o Presidente ucraniano.
Sobre a mesma questão, e na rede social Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, pediu aos 20 países mais industrializados do mundo (G20), reunidos em Bali, na Indonésia, uma "reação de protesto" contra os ataques russos.
"Os ataques afetaram edifícios residenciais e infraestruturas de energia. Aguardo uma reação da cimeira do G20", escreveu Kuleba.
Lançados cerca de cem mísseis
O porta-voz da força aérea ucraniana, Yuri Ignat, disse entretanto que foram lançados cerca de cem mísseis nas várias cidades do país, a maioria contra infraestruturas energéticas.
"Cerca de 100 mísseis foram disparados (...) a partir do mar Cáspio, a região [russa] de Rostov", e também "a partir do mar Negro", indicou Iuri Ignat em direto na televisão ucraniana, precisando que "até agora, não se registou a utilização de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) de ataque".
Segundo a Ukrenergo, a operadora da rede de distribuição de eletricidade da Ucrânia, as áreas mais afetadas pelos ataques russos desta terça-feira são no norte e no centro do país, "onde as paralisações de emergência foram totalmente implementadas", informou a agência noticiosa ucraniana Ukrinform.
Cortes de eletricidade de emergência ou em consequência dos bombardeamentos verificam-se em várias regiões da Ucrânia, segundo as autoridades locais.
Em Lviv, o metropolitano está "parado", disse no Telegram o presidente da câmara, e uma parte da cidade de Kharkiv sofreu igualmente cortes de corrente elétrica, de acordo com a autarquia.
"Pelo menos" metade dos habitantes de Kiev está sem eletricidade, indicou, entretanto, a autarquia da capital ucraniana.
Interrupções voluntárias foram colocadas em prática na região de Sumi (nordeste), fronteiriça com a Rússia, segundo o governador regional, Dmytro Jyvytskiï, para preservar a rede.
O alarme antiaéreo foi ativado em todo o país e a situação nas instalações de energia é "crítica", informou o porta-voz da Força Aérea Ucraniana, Yurii Ignat, citado pela agência noticiosa estatal.
Os novos ataques aéreos surgem alguns dias após a retirada das forças russas de Kherson, sul da Ucrânia, e após o discurso, em videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, na cimeira do G20, que decorre em Bali, na Indonésia. Isso mesmo frisou, na sua conta do Twitter, Andriy Yermak, Chefe do Gabinete da Presidência da Ucrânia.
"A Rússia responde ao poderoso discurso do [Presidente ucraniano] na Cimeira do G20 com um novo ataque aéreo. Será que alguém acha realmente que o Kremlin quer de facto a paz? Ele quer obediência. Mas os terroristas perdem sempre", escreveu.
Num breve vídeo difundido no Telegram por Kyrylo Tymochenko, chefe-adjunto da Presidência ucraniana, era visível uma parte de um edifício de cinco andares em chamas.
"O perigo não passou. Permaneçam nos abrigos", exortou o representante numa mensagem aos habitantes da capital.