Scholz pede a Putin para terminar os combates imediatamente
4 de março de 2022Na conversa por telefone entre o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente russo, Vladimir Putin, "o chanceler da Alemanha disse que estava muito preocupado", invocando "imagens e informações terríveis vindas da Ucrânia", de acordo com um comunicado do Governo alemão nesta sexta-feira (04.03).
Olaf Scholz pediu ao líder russo que "cesse imediatamente todos os combates e permita o acesso humanitário às zonas de combate" e ambos concordaram em voltar a falar, em breve.
De acordo com o Governo alemão, Putin terá referido o seu propósito de aceitar uma terceira ronda de negociações russo-ucranianas no próximo fim de semana.
Negociações
Ontem (03.03), os negociadores da Ucrânia e da Rússia concordaram com um cessar-fogo temporário, bem como o estabelecimento de corredores humanitários.
Putin tinha já falado por telefone com o seu homólogo francês, na quinta-feira (03.03), levando Emmanuel Macron a concluir que teme que "o pior ainda está para vir", no que diz respeito à situação de conflito.
Segundo fontes da Presidência francesa, Putin disse que a ofensiva na Ucrânia estava a correr "como planeado" e que se intensificaria, a menos que Kiev aceitasse as suas condições, incluindo a desmilitarização.
Também hoje, o chanceler alemão alertou para riscos de uma fuga radioativa, referindo-se ao ataque russo contra a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia.
Em declarações aos jornalistas durante uma visita a um comando de operações militares, Scholz sublinhou que acabou por não acontecer uma fuga radioativa e o ataque russo contra a central nuclear, hoje de madrugada, apenas provocou um incêndio num prédio vizinho.
"Situação é perigosa"
"Mas é claro que estamos sempre preparados para uma situação em que há fuga de elementos radioativos. Isso não aconteceu agora, mas mostra o quão perigosa é a situação", explicou o chanceler alemão.
Scholz acrescentou que, assim que soube do ataque à central nuclear, a maior da Europa, conversou com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O chanceler alemão repetiu que a NATO e os seus estados-membros não participarão na guerra na Ucrânia, mas que farão tudo para contribuir para um desenvolvimento da situação no país que se traduza num cessar-fogo e na retirada das tropas russas.
"Nós não fazemos parte do confronto militar que está a acontecer. E não faremos", disse Scholz, realçando a necessidade de haver uma postura determinada perante o que está a suceder na Ucrânia.
"O que temos de fazer é garantir que ninguém ataque o território da NATO", salientou o chanceler alemão, acrescentando ser por isso que os esforços nas fronteira dos países bálticos, Polónia, Eslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária foram intensificados.
Ainda assim, Scholz assegurou que se trata de medidas "exclusivamente defensivas" que vão permanecer no território da Aliança Atlântica.
O chanceler insistiu ainda na importância de trabalhar com todas as opções políticas para permitir avanços no sentido da paz, apesar de a guerra na Ucrânia já durar há mais de uma semana "com todas as suas terríveis consequências".