Oposição guineense acusa regime encobertar tráfico de droga
9 de setembro de 2024Para o Fórum para Salvação da Democracia (FSD), "não há dúvida" de que a apreensão de mais de 2,6 toneladas de cocaína no aeroporto Osvaldo Vieira de Bissau, ocorre na sequência de "apreensões similares que sempre tiveram a cobertura e proteção de altos dignitários do atual regime político liderado por Umaro Sissoco Embaló".
O FSD junta o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB). O PRS e a APU-PDGB estão no fórum no âmbito da "Aliança Kumba Lanta", em alusão ao falecido ex-Presidente guineense, Kumba Ialá.
Os líderes do Fórum exigem do atual regime que explique ao país "como foi possível" a aterragem no aeroporto de uma aeronave "em plena luz do dia", sem autorização.
"Quem na Guiné-Bissau atual tem o poder único de autorizar e desautorizar sobre o quê, quando e como entender", questionam ainda os líderes do FSD.
O espaço de concertação política "condena com veemência" e responsabiliza "o Presidente da República e o seu Governo" pelo sobrevoo e aterragem de aeronaves no aeroporto de Bissau "com elevadas quantidades de cocaína".
O silêncio do Governo
O FSD exige que todos os implicados, de forma direta e indiretamente, no processo sejam chamados à Justiça, de forma a credibilizar o país, salvar as instituições da República e repor o Estado de direito democrático.
Com o apoio de agências internacionais de combate aos estupefacientes, a Polícia Judiciária guineense apreendeu no sábado mais de 2,6 toneladas de cocaína num avião que aterrou no aeroporto de Bissau, sem autorização, proveniente da Venezuela.
Ainda não houve nenhuma reação das autoridades políticas guineenses sobre o assunto. O assunto mereceu igualmente um comentário nas redes sociais do ex-Procurador-Geral da República e atual líder partidário, Juliano Fernandes.
O também advogado referiu que a apreensão da droga no aeroporto de Bissau revela a existência de uma "agenda perigosa e sinistra em curso" na Guiné-Bissau.
O líder da Convergência Nacional para a Liberdade e Desenvolvimento (COLIDE- GB) diz ser urgente "colocar um travão e fazer inversão de marcha" para que "o descalabro e a catástrofe" não aconteçam "a breve trecho".