Guiné-Conacri: Resultados provisórios dão vitória a Condé
24 de outubro de 2020A Comissão Nacional Eleitoral Independente da Guiné-Conacri anunciou este sábado os resultados provisórios globais das presidenciais de 18 de outubro.
Segundo a Ceni, o Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, venceu as presidenciais com 59,49% dos votos. O candidato da oposição Cellou Dalein Diallo recebeu 33,50% dos votos, informou divulgou a comissão eleitoral. A afluência às urnas foi de quase 80%.
Algumas pessoas saíram às ruas para protestar imediatamente após o anúncio dos resultados que confirmam a reeleição de Condé para um terceiro mandato. Tais manifestações têm estado a ocorrer há meses, depois de o Governo ter alterado a Constituição, através de um referendo nacional, que permite a Condé prolongar a sua permanência no poder.
Na sexta-feira (23.10), o Governo enviou tropas para restabelecer a ordem em áreas atingidas pela violência pós-eleitoral, na esperança de evitar mais agitação.
Tensão crescente
As tensões políticas em torno das eleições tornaram-se violentas nos últimos dias, após Diallo ter declarado unilateralmente a sua vitória, antes da divulgação dos resultados oficiais. As celebrações dos seus apoiantes foram reprimidas, quando as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo para os dispersar.
Pelo menos nove pessoas foram mortas desde as eleições, de acordo com o Governo. A violência provocou a condenação internacional por parte dos Estados Unidos e de outros países.
"Dia triste para a democracia africana"
"Hoje é um dia triste para a democracia africana", disse Sally Bilaly Sow, um blogueiro guineense e ativista que vive no estrangeiro. O Governo deveria ter em conta a vontade das pessoas que têm um desejo de mudança, disse ele.
Na sexta-feira (23.10), a Internet e as chamadas internacionais foram cortadas em todo o país, segundo os habitantes locais e observadores internacionais na capital, Conakry.
Esta foi a terceira vez que Condé se confrontou com Diallo. Antes das eleições, os observadores manifestaram a preocupação de que uma disputa eleitoral pudesse reacender tensões étnicas entre os maiores grupos étnicos da Guiné-Conacri.