Guiné Equatorial promete cumprir recomendações da CPLP
15 de setembro de 2015A adoção do Português como língua oficial e a sua introdução no sistema de ensino, bem como o respeito escrupuloso dos Direitos Humanos, que implica uma moratória para a abolição da pena de morte, configuram algumas das recomendações aceites pela Guiné Equatorial para a sua admissão como membro de pleno direito da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
Agapito Mba Mokuy, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, assegura que o Governo de que faz parte está empenhado em cumprir as exigências feitas pelos países-membros da organização lusófona.
"Agora somos membros da comunidade, mas temos de melhorar a nossa capacidade de falar em português. Temos de melhorar muitos aspetos da democracia, progresso, cooperação com os países da comunidade. A Guiné Equatorial está comprometida em implementar todos estes compromissos."
Mba Mokuy respondeu ao questionamento da DW em "portunhol", no final de uma reunião com os embaixadores do Comité de Concertação da Comunidade, na sexta-feira (11.09), um dia depois de ter inaugurado na capital portuguesa as instalações da Missão Permanente da Guiné Equatorial junto à CPLP, a exemplo do que já têm os demais Estados-membros.
Guiné Equatorial é membro há um ano
Em julho, fez um ano que o país dirigido pelo Presidente Teodoro Obiang Nguema foi aceite oficialmente como o nono Estado-membro da CPLP, depois de muita controvérsia à volta, sobretudo, de práticas que indiciavam o desrespeito dos Direitos Humanos por parte das autoridades de Malabo.
Agapito Mokuy foi acolhido pela primeira vez na sede da CPLP, em Lisboa, para dar conta dos passos que a Guiné Equatorial está a trilhar ao abrigo das recomendações que tornaram possível a sua adesão à Comunidade lusófona.
"O ministro falou da vontade política do seu país pela sua integração na nossa comunidade", referiu o secretário executivo da organização, o embaixador Murade Murargy.
"Valeu a pena eles terem entrado. E todos os Estados-membros manifestaram a sua vontade política de continuar a apoiar a Guiné Equatorial para a sua plena integração nesta comunidade."
Recentemente, o chefe da diplomacia portuguesa, Rui Machete, lamentou o facto de não estar a ser eficaz a monitorização por parte da CPLP da agenda estabelecida para a Guiné Equatorial. Machete expressou preocupação perante a incapacidade do país africano em cumprir os deveres que assumiu para entrar no seio da família lusófona e admitiu haver falhas por parte da organização presidida por Timor-Leste na monitorização dos compromissos assumidos pelo seu mais recente membro.