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Guiné-Bissau apresenta estratégia de combate da Covid-19

Iancuba Dansó (Bissau)
17 de junho de 2020

A Guiné-Bissau está em crise de produção de oxigénio com consequências graves para quem sofre da Covid-19. Na semana passada, uma paciente de 22 anos morreu num hospital do país por falta de oxigénio.

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Foto: Reuters/A. Sotunde

A Alta Comissária para a Luta contra Covid-19, Magda Robalo, fez esta quarta-quarta-feira (17/06), o ponto de situação sobre a pandemia na Guiné-Bissau. Robalo reconheceu que o país vive uma crise de produção de oxigénio: "A Guiné-Bissau tem um défice crónico de produção de oxigénio, que não satisfaz as nossas necessidades em tempo normal.” Uma situação tanto mais grave que o país se encontra a braços com uma epidemia "que afeta os pulmões, causa a falta de ar que pode levar à morte”. A falta de oxigénio agravou a crise no país, acrescentou.

A resposta não deixou completamente satisfeito o médico guineense, Hedwis Martins. Em entrevista à DW África, Martins pediu mais responsabilidades ao governo  na questão de oxigénio: "Por causa de uma garrafa de oxigénio, como é possível perder uma vida? Por causa de uma garrafa que a pessoa não consome nem a metade?”, pergunta indignado, tanto mais que não se trata de um problema novo nas unidades hospitalares do país.

Estratégia passa pela contenção

Guiné-Bissau apresenta estratégia de combate da Covid-19

"Tem que existir unidades de cuidados intensivos. Isso é imprescindível já só para casos de coronavírus. Unidade com ventiladores, equipamentos, monitorizações e oxigénio, para caso de complicação”, acrescentou o médico.

A Guiné-Bissau ultrapassou os 1.500 casos da Covid-19, tendo registado 16 mortos. O Alto Comissariado para o combate à doença traçou uma estratégia para dar resposta à pandemia.

Magda Robalo disse que o combate deve começar pela redução o número de casos: "Reduzir a transmissão do vírus e a sua circulação no nosso meio, reduzir a mortalidade por Covid.” Acrescentou que "as pessoas que irão desenvolver doença grave devem poder ser tratadas de forma a não morrer”. Advertiu que "vamos continuar a ter mortes, infelizmente,” mas que a estratégia das autoridades passa não apenas por reduzir o número fatalidades, mas também pela redução do impacto socioeconómico.

Não estão a ser realizados testes com a vacina anti poliomielite 

A responsável desmentiu ainda informações veiculadas por um jornal brasileiro, segundo o qual estaria a ser testado na Guiné-Bissau o potencial da vacina anti poliomielite no combate à Covid-19. Magda Robalo disse que os guineenses podem estar tranquilos, uma vez que os únicos testes em curso na Guiné-Bissau neste contexto são aqueles feitos a pessoas suspeitas de contágio. 

Esta quinta-feira, 18, chega a Bissau um donativo da República Popular da China, composto pelos materiais e equipamentos de combate à pandemia da Covid-19.