Guiné-Bissau exige uma força anti golpes de Estado na CEDEAO
19 de dezembro de 2022A chefe da diplomacia guineense falava na abertura da reunião extraordinária de chefes de Estado-Maior da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decorre em Bissau, sob a presidência do general Biaguê Na Ntan, chefe das Forças Armadas guineenses.
"O cenário do terrorismo na África Ocidental tem conhecido dados preocupantes, sobretudo nos últimos anos”, disse a dirigente para quem o fenómeno tem se espalhado desde a Nigéria até ao Benim.
Ativação de uma força conjunta
Preocupados com a situação, os líderes da CEDEAO, reunidos, no passado dia 04 de dezembro, na Nigéria, encarregaram o comité de chefes militares a "propor com urgência" as modalidades de ativação de uma força de luta conjunta contra o terrorismo e de restauração da ordem constitucional na sub-região, disse a chefe da diplomacia guineense.
As decisões e recomendações do encontro de chefes militares da CEDEAO serão encaminhadas para o conselho de mediação e segurança da organização para análise final, observou ainda Suzi Barbosa.
"A nossa sub-região tem sido perturbada por fenómeno grave de terrorismo e extremismo violento e tem sido assolada por vagas de golpes de Estado e tomadas de poder por via inconstitucional manifestada por transições que representam as nossas fragilidades", destacou ainda a chefe da diplomacia guineense.
A ministra notou que estas situações, agravadas ainda pela pobreza, alterações climáticas, desertificação, fazem aumentar as tensões nas comunidades de países da CEDEAO.
Unir forças
O chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, que atualmente preside ao comité de Chefes de Estado-Maior da CEDEAO, defendeu que, "de facto, o terrorismo constitui uma série ameaça à segurança coletiva" da sub-região e que é urgente criar uma força conjunta "que atue de forma rápida e eficiente" para repor à ordem constitucional.
"É preciso uma união das casernas e complementaridade" de forças, sublinhou o general guineense.
O ministro da Defesa guineense, Marciano Barbeiro, exortou os chefes militares a traçarem estratégias que possam ajudar a assegurar a democracia, a paz e a estabilidade nos países da CEDEAO.
Os chefes militares da CEDEAO serão recebidos, em audiência de cortesia, ainda esta segunda-feira pelo Presidente da Guiné-Bissau,Umaro Sissoco Embaló.
Fazem parte da CEDEAO, Cabo Verde, Costa do Marfim, Benim, Burkina-Faso, Guiné-Bissau, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e Togo.