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Guiné-Bissau: RENAJ prepara protesto contra "desgoverno"

Iancuba Dansó (Bissau)
12 de janeiro de 2022

Jovens guineenses queixam-se da falta de apoios políticos e "desgovernação" do país. Rede Nacional das Associações Juvenis planeia mobilizar protesto contra falta de emprego e formações.

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Guinea-Bissau Protest der Jugend
Jovens planeiam protesto na Guiné-BissauFoto: Iancuba Dansó/DW

A Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ) promete mobilizar dezenas de organizações para irem às ruas em protesto contra a paralisia do país, causada por greves sem fim.

A iniciativa da RENAJ, que se diz inconformada e impaciente com o rumo que o país está a tomar, foi lançada no domingo passado (09.01).

A organização promete desencadear um conjunto de ações, no âmbito do que chama de "nova agenda para a Guiné-Bissau", para que os jovens assumam os destinos do país.

Manifestação é a solução

Para Seco Duarte Nhaga, presidente da RENAJ, a manifestação é um dos caminhos para mostrar indignação: "Propomos aos jovens guineenses uma grande mobilização juvenil a nível nacional e internacional, numa manifestação pacífica, para mostrar ao mundo a indignação dos jovens sobre o caos que temos vivido no país".

Protesto contra subsídios para chefes de Estado
Jovens portestaram contra subsídios para chefes de Estado, no ano passadoFoto: Iancuba Danso/DW

Na opinião do presidente da RENAJ, a situação enfrentada pelos jovens "priva-os de sonhos e realizações".

Para a realização do protesto, a RENAJ conta com dezenas de organizações de jovens e não só.

Gueri Gomes, coordenador da Casa dos Direitos, também está do lado dos jovens e diz que a Guiné-Bissau precisa de ser libertada, porque "é refém dos políticos".

Na opinião do coordenador, "é preciso que a juventude, enquanto força dona deste país e camada mais desfavorecida e penalizada, se reerga e assuma o destino do país".

Segundo os indignados, a rotura da juventude guineense com a forma como o país está a ser governado agravou-se nos últimos tempos. Isto deve-se às sucessivas greves no setor da Saúde, mas também à paralisia das escolas públicas, que tem deixado milhares de jovens fora do sistema do ensino.

Abandonados por quem elegem

Nhaga não poupa críticas à classe política guineense. "Os interesses partidários e pessoais têm-se sobreposto aos interesses nacionais. O que se vê é um país desgovernado, sequestrado por uma classe política despreparada, mergulhado numa corrupção patológica, no nepotismo e no tráfico de influências", enumera.

A juventude constitui a maioria do eleitorado da Guiné-Bissau, mas continua a queixar-se de abandono por parte de sucessivos governantes do país. Reclama ainda de falta de oportunidades para emprego e formação.

O agora líder político e antigo presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Policiano Gomes, disse à DW África que os jovens podem mudar e assumir a Guiné-Bissau "desde que sejam jovens comprometidos, sem indícios de corrupção que não estejam em cumplicidade com os políticos responsáveis".

Qual é o impacto das greves na Guiné-Bissau?

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