Eleições guineenses: Sindicato apela contra discurso de ódio
14 de maio de 2023"O que vamos pedir aos nossos associados é para serem cada vez mais profissionais. Não fazendo um trabalho profissional corremos o risco de não fazer um trabalho nem para classe, nem para os próprios políticos que estamos a acompanhar", afirmou à agência de notícias Lusa, este domingo (14.05), em Bissau, Indira Correia Baldé.
A campanha eleitoral para as legislativas da Guiné-Bissau teve início no sábado e vai decorrer até 2 de junho.
A sociedade civil guineense tem insistido com os partidos políticos e os líderes políticos guineense para evitarem discursos de ódio e que incitem à divisão étnica e religiosa no país, depois de nas últimas eleições terem sido registados "vários exageros", como lembrou Indira Correia Baldé.
"Temos de estar mais atentos, saber escrutinar os discursos, se registarmos alguma dose de radicalismo, alguma dose de incentivo ao ódio e à violência, que deixemos de lado" disse a presidente do Sindicato de Jornalista.
Responsabilidade da imprensa
Indira Correia Baldé salientou que o interessa ao povo é "ouvir os programas dos partidos", pedindo à imprensa guineense para fazer o "máximo" para os eleitores conhecerem as propostas dos líderes políticos para saberem em quem vão votar.
"Estamos a caminhar para dias intensos e complicados de campanha eleitoral. É um momento de tensão entre concorrentes, porque cada um vai tentar na medida do possível passar a mensagem para ter a simpatia do povo para ter maior número de votos. A responsabilidade da comunicação social é enorme", disse.
Meios financeiros para a cobertura eleitoral
O Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau manifestou também preocupação com a falta de meios financeiros para os órgãos de comunicação social fazerem a cobertura da campanha eleitoral.
"Sabemos que a precariedade no setor é elevada, mesmo os órgãos do Estado têm dificuldades, falta de meios para fazer a cobertura. O Estado não subvenciona os órgãos de comunicação social pelo serviço público prestado", disse a presidente do sindcato.
Indira Correia Baldé disse que foram elaborados projetos e "bateram às portas" da comunidade internacional, mas não receberam ainda qualquer resposta.
Duas coligações e 20 partidos políticos iniciaram sábado a campanha eleitoral para as sétimas eleições legislativas da Guiné-Bissau, depois de o Parlamento guineense ter sido dissolvido há quase um ano.
Segundo os dados definitivos do recenseamento eleitoral apresentados pelo Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, no total foram recenseados 893.618 eleitores, dos quais 459.609 são mulheres e 434.009 são homens.