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Guterres pede esforços contra o tráfico humano

Lusa | EFE | kg
3 de novembro de 2019

O secretário-geral das Nações Unidas apelou a mais cooperação internacional para evitar tragédias. "Queria ver a mesma cooperação para o tráfico de pessoas como a que vejo contra o tráfico de drogas", afirmou.

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António Guterres, secretário-geral da ONUFoto: picture alliance/dpa/AP/A. Rahi

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu este domingo (03.11) mais cooperação internacional para evitar tragédias como a dos 39 emigrantes, possivelmente vietnamitas, que foram encontrados mortos na semana passada num camião em Inglaterra.

Durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Guterres destacou a necessidade de organizar a migração para que seja legal e deixar assim sem "negócio" as redes de tráfico de pessoas. "Gostaria de ver a mesma cooperação internacional para o tráfico de pessoas como a que vejo contra o tráfico de drogas, porque o tráfico de pessoas humanas é um crime mais abjeto que o de drogas", disse.

Guterres também apontou que o Governo da Birmânia (Myanmar) é responsável por alcançar a "reconciliação" no estado Rakáin, no oeste do país, e a repatriação de forma segura e com dignidade dos refugiados rohingya do Bangladesh.

Os rohingya, uma etnia não reconhecida pela Brimânia, iniciaram em agosto de 2017 um êxodo massivo para o vizinho Bangladesh após uma campanha militar qualificada por investigadores da ONU de "limpeza étnica" com indícios de "genocídio".

Mudanças climáticas

O secretário-geral das Nações Unidas também defendeu o multilateralismo nas relações internacionais e instou os Governos a lutar contra a crise climática, que classificou como um problema "chave" para a segurança.

A esse propósito, referiu-se ao recente relatório que indica a perda de grandes zonas costeiras em 2050 devido ao aumento do nível médio do mal que afetará 300 milhões de pessoas, dos quais 70 por cento na Ásia.

"É absolutamente essencial evitar que isto ocorra", afirmou Guterres, que instou os países a usar energias renováveis, que qualificou de mais baratas e eficientes, e a deixar de construir centrais de carvão a partir do próximo ano.

A ASEAN é formada por Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã. O encontro será encerrado esta segunda-feira (04.11).

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