Hospital de Quelimane sem reservas de sangue
2 de janeiro de 2015O Banco de Sangue do Hospital Provincial de Quelimane, na província moçambicana da Zambézia, está sem reservas. A unidade precisa, no mínimo, de 50 unidades de sangue por dia, necessárias para atender os pacientes neste período festivo.
A quantidade de doentes que dão entrada no hospital é bastante alta e as unidades de sangue atualmente não são suficientes, afirma Albino Isidoro, responsável pelo Banco de Sangue.
“Em condições normais, temos tido sempre brigadas móveis para aquisição deste precioso líquido humano, que muitas vezes nem chega. Mas nesta época do ano, os problemas duplicam ou triplicam”, explica.
Campanhas de sensibilização
Na tentativa de solucionar o problema da falta de sangue, uma equipa de técnicos de saúde da cidade de Quelimane está a mobilizar campanhas em locais públicos, como mesquitas, igrejas e mercados com vista a sensibilizar as pessoas a doarem sangue voluntariamente para salvar vidas.
Trata-se de “uma questão de prevenção, porque tudo pode acontecer”, afirma Albino Isidoro. “É característico desta época do ano acontecerem acidentes. E se em condições normais temos tido acidentes nas nossas estradas, quando chega esta altura esses acidentes aumentam”, lembra o responsável, apelando mais uma vez à população para doar sangue.
Porém, as campanhas para a doação voluntária de sangue têm registado fraca adesão. Muitas pessoas não querem oferecer o seu sangue porque não há incentivos.
Por outro lado, “os doadores de sangue afirmam que estão a ser desprezados pelas autoridades de saúde caso precisem de assistência médica”, refere Rachid Ossifo, coordenador da Associação de Doadores de Sangue na Zambézia.
“Antes, o Ministério dava cadernos, canetas. As pessoas aderiam e o Banco de Sangue tinha um movimento constante de pessoas que queriam doar sangue. Isso encorajava as pessoas a doar sangue”, explica.
Mais de 30 acidentes de viação ocorrem geralmente entre o final de dezembro e o início de janeiro por causa da maior circulação de automóveis e peões, contra os dez acidentes mensais registados, em média, no período não festivo.
Acidentes de viação
Na capital moçambicana, Maputo, a passagem de 2014 para 2015 ficou marcada pelo elevado número de acidentes de viação, mau uso de objectos pirotécnicos e agressões físicas, de acordo com a Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Na noite da passagem de ano, o Hospital Central de Maputo (HCM) recebeu um total de 323 pacientes, o que representa um aumento de 50 casos em relação a igual período de 2013, revelou Raul Cossa, porta-voz da maior unidade sanitária do país, citado pela AIM.
Deste número, 143 doentes foram hospitalizados devido a traumas provocados por agressões físicas, mau manuseamento de objectos pirotécnicos e acidentes de viação.
Durante o mesmo período foram também registados 35 acidentes de viação, mais 14 casos do que no ano anterior. Em termos de óbitos houve uma redução em relação a 2013, adiantou ainda o porta-voz, sem adiantar números.