Inhambane: Muitos elogios ao candidato da FRELIMO
8 de maio de 2024Daniel Chapo é o candidato escolhido pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) para concorrer às eleições presidenciais marcadas para 9 de outubro. No domingo (05.05), o até aqui governador da província de Inhambane obteve o voto de confiança dos membros do partido no poder para o pleito eleitoral.
Eleito com 94,1% dos votos dos membros do Comité Central da FRELIMO, Chapo promete apostar no diálogo para desenvolver Moçambique caso seja eleito Presidente da República. "Vamos trabalhar com base no programa da FRELIMO para a vitória no dia 9 de outubro", afirmou, otimista.
"Esta é mais uma missão semelhante a tantas outras missões que já tive”, assegurou. "Vamos trabalhar com todos os estratos sociais para o desenvolvimento do país".
Daniel Francisco Chapo tem 47 anos de idade. Nasceu em Inhaminga, província de Sofala, é formado em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane e frequentou o curso de Conservador e Notariado na capital moçambicana, Maputo. A seguir, fez o mestrado em Gestão de Desenvolvimento.
O político já foi locutor de rádio e docente universitário, até que, em 2015, foi indicado como administrador do distrito de Palma, na província de Cabo Delgado. Um ano depois, foi nomeado governador da província de Inhambane. Agora, é o candidato presidencial da FRELIMO.
"Escolha acertada"
Tofane Abibo, analista político em Inhambane, disse à DW África que Daniel Chapo é uma boa aposta da FRELIMO.
"Foi [uma escolha] acertada", referiu, acrescentando tratar-se de um homem politicamente íntegro. "Até aqui, nunca vimos a parte negativa dele. Em todos os sítios [por onde passou como dirigente], saiu-se bem", elogiou.
Noa Cossa concorda. O jornalista da Ancora Media TV, em Vilankulo, reconhece que, nos últimos dez anos, Daniel Chapo tem feito um bom trabalho. "De certeza que haverá desafios, mas um dado importante é que a província de Inhambane tem vindo a registar avanços significativos em todas as frentes".
Na província, é raro encontrar alguém que aponte o dedo acusador a Daniel Chapo. Os residentes da região ouvidos pela DW fazem sobretudo elogios.
Lembram que o governador foi à procura de investidores para a província e, em 2017, anunciou compromissos de investimento na ordem dos 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros). Em 2018, Chapo lançou a primeira pedra para a construção da estrada Mapinhane-Pafuri. Além disso, mandou construir centenas de salas de aula, melhorou o atendimento nas instituições públicas e conseguiu que Vilankulo acolhesse o Campeonato Africano de Futebol de Praia.
Quem manda na FRELIMO?
Mas Domingos Artur, empresário em Inhambane, lembra à DW que, no partido FRELIMO, quem manda é a estrutura: "Acho que toda a gente sabe que quem manda é a FRELIMO e não a pessoa", afirmou, acrescentando que prefere "esperar para ver" o desempenho de Daniel Chapo, se for eleito Presidente da República.
Por seu lado, António Guiliche, docente universitário em Maxixea, aproveita para deixar um apelo ao candidato da FRELIMO, como antigo governante em Cabo Delgado: É preciso acabar rapidamente com os ataques na província.
"Tem de acalmar a situação em Cabo Delgado, negociando para se ter uma solução" para acabar com o terrorismo na região.
Por outro lado, Guiliche gostaria que Daniel Chapo fosse capaz de mobilizar "oportunidades de negócios e de trabalho para a juventude".