Inhambane: Populares sem máscara queixam-se de extorsão
22 de julho de 2020O uso de máscaras é obrigatório em Moçambique, incluindo nas vias públicas. É o que está previsto na lei 8/2020 de 29 de junho, ratificada pela Assembleia da República, que prorroga o estado de emergência devido à pandemia da Covid-19. Não estão previstas sanções, mas vários cidadãos da província de Inhambane dizem que agentes da polícia os obrigam a pagar para não serem detidos.
"Caso uma pessoa não tenha máscara, recrutam para um lugar e conversam juntos", conta um residente à DW África. "Todo o pessoal sabe que o comando não é um sítio para brincar, para te soltarem você tem que [pagar] 50 [0,60 euros] ou 100 meticais [1,20 euro], depende das autoridades."
Outro cidadão ouvido pela DW África diz que dois agentes lhe pediram muito mais: 2.000 meticais, quase 25 euros. "Eles disseram, se não tem, vamos lá no carro. Eu entrei. Fomos até ali e tirámos 900 meticais [11 euros]. Entregámos a eles e bazámos para casa", conta.
Polícia pede ajuda da população
Mas nem todos os agentes agem mal, refere outro residente de Inhambane: "Às vezes, só te exigem comprar máscara, até te acompanham a comprar, mas outros polícias não fazem isso - bastam te ver, parece que você roubou, se você tem alguma coisa tira um 'refresco' e te deixam bazar."
Augusto Bobo, comandante da polícia em Maxixe, disse à DW África que nem todos os agentes têm o mesmo comportamento. O responsável pede à população que denuncie os polícias que andam a extorquir cidadãos por não terem máscara.
"Tem um e outro que têm produzido comportamentos anormais", refere Bobo. "Apelamos à população que, se for cobrado dinheiro, denunciem, porque um polícia tem que ser um espelho da sociedade."