Insegurança e inflação marcam eleições na Nigéria
15 de fevereiro de 2023Bola Tinubu, do Congresso All Progressives (APC), Atiku Abubakar, da principal força da oposição, Partido Democrático Popular (PDP) e Peter Obi, do Partido Trabalhista, lideram as sondagens.
Os candidatos às presidenciais têm a dura tarefa de apresentar propostas para responder a crescente a insegurança, roubo de petróleo e inflação no país.
As eleições acontecem num momento em que o país vive um grande dilema de segurança que tem vindo a generalizar-se, confirma o analista político Ivo Orji.
"A Nigéria atingiu um nível em que a integridade é questionável. É a primeira vez que são realizadas eleições enquanto há uma expansão da insegurança no país. E teme-se que a votação não decorra em paz em algumas partes do país", diz.
Alguns observadores acreditam que o candidato do partido no poder, Bola Tinubu, leva alguma vantagem na corrida porque conta com a máquina administrativa do Estado.
No enatnto, enfrenta uma forte concorrência de Peter Obi do Partido Trabalhista que tenta vender propostas de soluções sobre os problemas sócio-económicos do país.
Como conquistar os jovens?
Para as eleições da próxima semana estão inscritos mais de 93 milhões de eleitores, dos quais três quartos têm idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos.
Porém, os candidatos dos principais partidos políticos no país, têm a dura missão de conquistar o voto da juventude cada vez mais descrente nos atores políticos.
Nesta terça-feira (14.02), em mais um dia de campanha eleitoral, Peter Obi reconheceu que a juventude nigeriana está frustrada com as políticas públicas do país: "Os jovens na Nigéria não sabem de onde virá a próxima refeição. Temos um elevado nível de desemprego juvenil."
Por isso, o candidato dos trabalhistas promete mais emprego para os jovens. "A Nigéria irá alimentar-se a si própria e será novamente uma grande nação. Não queremos mais desculpas", sublinhou.
Por seu turno, Bola Tinubu do partido no poder, que foi governador do Estado de Lagos, pediu a confiança aos jovens. "Temos conhecimento, coragem e capacidade. Somos melhores, muito melhores do que outros. O que não se pode desperdiçar. Esse é o vosso tempo. Usem-no sabiamente'', apelou.
"Uma Nigéria de paz para todos"
A Nigéria viveu em 2020 uma onda de manifestações, que ficaram conhecidas por ENDSARS, que levaram milhares de jovens às ruas, contra a corrupção e a brutalidade policial.
Num comício popular em lagos, Atiku Abubakar reconheceu a brutalidade policial sobre os jovens, aos quais pediu perdão em nome do Estado.
"Pedimos desculpas às vítimas da brutalidade da polícia. E todos aqueles que sofrem os abusos do Governo. Garantimos que não sofrerão mais. Prometemos uma Nigéria de paz para todos."
A União Africana (UA) enviará 90 observadores para acompanhar a votação presidencial nigeriana. A missão será liderada pelo antigo Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta.