Moçambique: Instabilidade não afetará recenseamento militar
6 de janeiro de 2021O Centro de Recrutamento da cidade de Maputo refere que a instabilidade político-militar, no centro de Moçambique, e a insurgência no norte do país não vão retrair os jovens de aderir ao serviço militar. A diretora do Centro de Recrutamento, Lola Paulino, justifica a sua posição com o número de jovens que aderiram ao processo de recenseamento militar em 2020.
Segundo a entidade governamental, cerca de 23 mil jovens aderiram ao recenseamento no ano passado, superando a meta de 20 mil prevista pelo Governo. "Temos a certeza que este ano também vamos ultrapassar, apesar da situação que temos aqui no país, a Covid-19 e a situação também de Cabo Delgado, mas temos [tudo] controlado e acautelado quanto às metas", garante Lola Paulino.
A adesão ao processo de recenseamento deve-se ao facto de o Governo ter feito campanha nos bairros para que os jovens se fossem recensear, acrescenta: "Esta campanha não se iniciou hoje, iniciou-se em outubro, fizemos a campanha em todos os distritos da cidade de Maputo. Foram sensibilizados, trabalhámos com os bairros, com os secretários dos bairros, e eles é que são responsáveis por trazer os jovens com idade militar para recensear este ano".
Sem medo, pela segurança
Jovens questionados pela DW África mostram-se disponíveis para incorporar o Exército, afastando o medo do recenseamento e lembrando que todos terão de enfrentar este processo. "Consideramos que a paz e a segurança são aspetos primordiais para qualquer nação que tem um Estado democrático e que vela por todos os seus cidadãos", afirma um dos entrevistados.
A secretária do Estado da cidade de Maputo, Sheila Santana, afirma que a adesão dos jovens ao recenseamento militar se justifica pelo facto de terem consciência da defesa da pátria: "Promovem e valorizam a honra do país que os viu nascer e o seu maravilhoso povo", sublinha.
"Nas Forças Armadas, os jovens tornam-se indivíduos de referência e ganham espírito de fraternidade, além de desenvolver a consciência patriótica. Servem ainda para a valorização cívica cultural e profissional dos cidadãos", conclui.