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Jacob Zuma apoia invasão da Ucrânia pela Rússia

Lusa
7 de março de 2022

Em comunicado, o ex-presidente sul-africano classificou Vladimir Putin como "um homem de paz" e acusou o Ocidente de estar por detrás da sua saída do poder em 2018.

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Südafrika ehemaliger Präsident Jacob Zuma
Foto: Michele Spatarii/AP Photo/picture alliance

O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma manifestou o seu apoio à operação militar contra a Ucrânia lançada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, que classificou como "um homem de paz".

"Estou seguro de que (...) o Presidente Vladimir Putin (...) fará tudo o que estiver ao seu alcance para fazer da paz uma realidade, porque sei que é um homem de paz", disse o antigo chefe de Estado, segundo um comunicado emitido no domingo pela sua fundação.

Na mesma nota, Zuma considerou "justificável que a Rússia se sentisse provocada" pela possível entrada da Ucrânia na NATO.

E acusou o Ocidente de ingerências em outros países do bloco de países emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nomeadamente de estar por detrás da sua saída do poder em 2018, quando foi forçado a demitir-se pelo seu próprio partido devido a múltiplos escândalos de corrupção.

"Todos precisamos de paz neste mundo. Por isso gostaríamos de pedir aos envolvidos que promovam a paz tão brevemente quanto possível para que vidas possam ser salvas", lê-se no comunicado da Fundação Jacob Zuma.

7. Gipfel der Brics-Staaten in Ufa
Encontro entre Jacob Zuma e Vladimir Putin em julho de 2015, na RússiaFoto: Reuters/I. Sekretarev

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram já também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.

Apesar da África do Sul ter sido dos poucos países africanos que condenaram oficialmente esta guerra, na semana passda o país absteve-se na votação de uma resolução das Nações Unidas que condena a invasão russa da Ucrânia e exige a retirada imediata das tropas russas.

Posição da África do Sul

Já esta segunda-feira (07.03), o atual Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, explicou que Pretória se absteve "porque a resolução não colocou em primeiro plano o apelo a um envolvimento significativo".

Südafrika Johannesburg 2021 | Zondo Commission of Inquiry | Cyril Ramaphosa, Präsident
Atual Presidente sul-africano, Cyril RamaphosaFoto: Sumaya Hisham/AP Photo/picture alliance

"A África do Sul esperava que a resolução da ONU saudasse principalmente o início do diálogo entre as partes e procurasse criar as condições para que essas conversações fossem bem-sucedidas. Em vez disso, o apelo à resolução pacífica através do diálogo político é relegado a uma única frase próxima à conclusão do texto final. Isso não dá o incentivo e o apoio internacional de que as partes precisam para continuar com os seus esforços", frisou.

Ramaphosa defendeu que Pretória está "firmemente do lado da paz", apelando à "negociação pacífica" através da ONU.

"Houve quem dissesse que, ao se abster na votação condenando a operação militar da Rússia na Ucrânia, a África do Sul se colocou do lado errado da história. No entanto, a África do Sul está firmemente do lado da paz num momento em que outra guerra é algo que o mundo não precisa, nem pode pagar", frisou Ramaphosa, na sua newsletter semanal. 

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