Jacob Zuma apoia invasão da Ucrânia pela Rússia
7 de março de 2022O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma manifestou o seu apoio à operação militar contra a Ucrânia lançada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, que classificou como "um homem de paz".
"Estou seguro de que (...) o Presidente Vladimir Putin (...) fará tudo o que estiver ao seu alcance para fazer da paz uma realidade, porque sei que é um homem de paz", disse o antigo chefe de Estado, segundo um comunicado emitido no domingo pela sua fundação.
Na mesma nota, Zuma considerou "justificável que a Rússia se sentisse provocada" pela possível entrada da Ucrânia na NATO.
E acusou o Ocidente de ingerências em outros países do bloco de países emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nomeadamente de estar por detrás da sua saída do poder em 2018, quando foi forçado a demitir-se pelo seu próprio partido devido a múltiplos escândalos de corrupção.
"Todos precisamos de paz neste mundo. Por isso gostaríamos de pedir aos envolvidos que promovam a paz tão brevemente quanto possível para que vidas possam ser salvas", lê-se no comunicado da Fundação Jacob Zuma.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram já também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
Apesar da África do Sul ter sido dos poucos países africanos que condenaram oficialmente esta guerra, na semana passda o país absteve-se na votação de uma resolução das Nações Unidas que condena a invasão russa da Ucrânia e exige a retirada imediata das tropas russas.
Posição da África do Sul
Já esta segunda-feira (07.03), o atual Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, explicou que Pretória se absteve "porque a resolução não colocou em primeiro plano o apelo a um envolvimento significativo".
"A África do Sul esperava que a resolução da ONU saudasse principalmente o início do diálogo entre as partes e procurasse criar as condições para que essas conversações fossem bem-sucedidas. Em vez disso, o apelo à resolução pacífica através do diálogo político é relegado a uma única frase próxima à conclusão do texto final. Isso não dá o incentivo e o apoio internacional de que as partes precisam para continuar com os seus esforços", frisou.
Ramaphosa defendeu que Pretória está "firmemente do lado da paz", apelando à "negociação pacífica" através da ONU.
"Houve quem dissesse que, ao se abster na votação condenando a operação militar da Rússia na Ucrânia, a África do Sul se colocou do lado errado da história. No entanto, a África do Sul está firmemente do lado da paz num momento em que outra guerra é algo que o mundo não precisa, nem pode pagar", frisou Ramaphosa, na sua newsletter semanal.