Jovens moçambicanos vêm a Alemanha para formação em Geologia
8 de julho de 2017Há muitos recursos naturais que estão a ser descobertos em Moçambique, mas são poucos os moçambicanos formados para lidar com esta realidade. No país, as instituições de ensino superior não estão a ser capazes de responder à procura crescente de formações especializadas em Engenharia Geológica.
Por isso, dezoito estudantes moçambicanos viajam em breve para a Alemanha para uma formação em Geologia na Universidade Técnica de Freiberg, no estado federado da Saxónia.
Estudantes cheios de expetativas
Os estudantes vêm de províncias com potencial para a exploração de recursos naturais. Pascal Gani, do Niassa, no norte de Moçambique, é um dos jovens que vai para a Alemanha: "Espero trazer conhecimento para poder trabalhar, pois o nosso país tem potencial, tem recursos que ainda não foram explorados. Então, espero aprender como explorar para que o país cresça mais económica e financeiramente, que desenvolva mais. Pretendo trazer um desenvolvimento para o meu país."
Machel Moisés Lucas, proveniente de Manica, no centro do país, também espera ajudar Moçambique a crescer economicamente e considera que "o país está a desenvolver e, se formos a ver, no mercado a maior parte de pessoas que está a desenvolver o país são estrangeiros."
E ele tem objetivos: "Vou-me formar em Geologia e, na nossa vinda, poderemos diminuir o número de estrangeiros e sermos nós a explorar os recursos e a contribuir para o desenvolvimento do país."
O curso de engenharia na Alemanha dura mais de quatro anos.
Lionel Machava quer especializar-se na área de perfuração e está confiante que Moçambique "pode esperar com certeza um profissional muito dedicado, disposto a dar o seu contributo para o desenvolvimento do país."
Formação na Alemanha não é nova
A Universidade Técnica de Freiberg foi criada no século XVIII e é uma instituição de referência no setor dos recursos naturais. A professora de alemão dos bolseiros, Petra Wanga, do Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA), não tem dúvidas sobre o desempenho dos estudantes: "Nós sabemos que a Alemanha é um país muito potente na tecnologia de ensino.
E na Geologia, nós sabemos que no Ministério dos Recursos Minerais e Energia [MIREM] há muitos quadros que foram formados na Alemanha e que estão a dar bons frutos aqui no país."
Em relação à língua alemã, a professora garante que eles estão no bom caminho. A maior preocupação de Pietra Wanga é usar a linguagem técnica sobre Geologia: "Podemos convidar algumas pessoas que vêm dessa cidade de Freiberg que conhecem a realidade do país e que estão ligadas a esta área. Nós depois fazemos visitas aos museus de geologia e minas para eles poderem beber o que vai ser a realidade deles lá."
O Estado moçambicano apoiará os estudos em Geologia na Alemanha, além de outras organizações. Maputo espera formar, até 2021, mais de quatro mil técnicos no setor dos recursos minerais.