João Lourenço estaria a ser investigado nos EUA, diz jornal
16 de fevereiro de 2021Um relatório da consultoria Pangea-Risk revela que o Presidente João Lourenço e pessoas próximas ao chefe de Estado angolano estariam a ser investigadas por procuradores dos Estados Unidos.
A informação foi divulgada pelo semanário português Expresso esta segunda-feira (15.02). A Pangea-Risk tem sede nas Maurícias e analisa informações para gestão de risco sobre negócios em África e no Médio Oriente.
A consultora assegura que a investigação sobre o Presidente pode "diminuir a capacidade de Angola manter acesso a financiamento multilateral e reestruturar com sucesso o pesado farto de dívida”, publica o semanário português..
As investigações já estariam a correr há um ano. Os procuradores americanos estariam a observar atividades supostamente ilegais do Presidente e da primeira-dama Ana Afonso Dias Lourenço.
A matéria assinada pelo jornalista Miguel Prado menciona que o ministro da Energia João Baptista Borges, o antigo vice-presidente Manuel Vicente, o advogado Carlos Feijó e os empresários Carlos Cunha e Valdomiro Minoru Dondo também são citados pelo relatório da Pangea-Risk.
Fraudes bancárias
Os motivos da investigação são suspeitas de violação do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), a legislação sobre corrupção de funcionários públicos americanos no estrangeiro.
"A família [de João Lourenço] está a ser investigada por numerosas violações do FCPA, transações ilegais, fraudes bancárias para a compra de imóveis nos EUA, e uma conspiração para defraudar o Departamento de Justiça dos EUA”, destaca a reportagem do jornal Expresso.
O relatório da Pangea-Risk, segundo cita o jornal português, menciona subornos que teriam sido pagos pela construtora brasileira Odebrecht a empresas controladas por João Lourenço, Ana Afonso Dias Lourenço e pessoas próximas. O texto relaciona também empresas públicas e privadas que estariam em certo nível vinculadas ao Presidente.