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Líder da UNITA quer comissão de verdade e reconciliação

5 de setembro de 2023

O líder do maior partido da oposição angolana, Adalberto Costa Júnior, insurgiu-se contra a exibição de ossadas de dirigentes militares na televisão pública. E defende uma comissão de verdade e reconciliação nacional.

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Líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior
Foto: Borralho Ndomba/DW

As declarações do líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) surgem dias depois da exibição numa cadeia nacional de televisão de ossadas de dirigentes militares do seu partido, mortos alegadamente por ordens de Jonas Savimbi nas áreas que administrava durante a guerra.

A Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), coordenada pelo diretor do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), Fernando Garcia Miala, diz ter encontrado quatro covas no município do Cuemba, no Bié, com ossadas de Ana Savimbi, primeira-dama do fundador da UNITA, e dos generais Bock, Perestelo, Tarzan e Antero.

Para o líder do maior partido da oposição, Adalberto Costa Júnior, a exibição das ossadas na televisão pública demonstra a "instrumentalização" da CIVICOP. Por isso, ameaça retirar a UNITA da comissão.

"Regista-se infelizmente um silêncio ensurdecedor na CIVICOP", disse Adalberto Costa Júnior esta terça-feira. "Vive-se um golpe de teatro. O coordenador foi substituído pelo chefe dos serviços de inteligência, que usa abusivamente o nome da CIVICOP. Urge repor a legalidade."

Para desviar as atenções?

Adalberto Costa Júnior afirma que a publicitação das escavações de ossadas é uma "propaganda de ódio" vinculada à Presidência da República, alegadamente para desviar as atenções dos angolanos sobre a iniciativa da UNITA para a destituição do chefe de Estado.

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No entanto, frisa o líder do maior partido da oposição, "nenhum angolano tem o direito de usar a dor alheia e o luto de famílias para aproveitamento e sobrevivência política".

Comissão de verdade

A oposição defende a criação de uma comissão de verdade e reconciliação nacional, que considera ser mais genuína, "para que os angolanos tenham a coragem de abordar, com responsabilidade partilhada, o seu passivo enquanto irmãos da mesma pátria".

Adalberto Costa Júnior pediu desculpa em nome do seu partido pelas vítimas da guerra em Angola, à semelhança do que já fez em diferentes ocasiões.

"Hoje, aqui e agora, em nome da UNITA, venho humildemente dirigir mais uma vez às vítimas do conflito, ao heróico povo angolano, um pedido sincero de desculpas pela nossa parte de responsabilidade neste conflito", afirmou o presidente do partido.

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