LAM diz que paralisação de voos não foi por causa de dívida
12 de fevereiro de 2024Neste domingo (11.02), vários aviões das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) não voaram. Muitos passageiros foram obrigados a refazer os seus planos.
Segundo a LAM, a paralisação deveu-se a uma falha no abastecimento de combustível e não a uma dívida com os fornecedores, como se avançou inicialmente.
A PUMA e a PETROMOC, as empresas responsáveis pelo fornecimento, "não estão a abastecer por falta de combustível", disse o gestor do projeto de reestruturação da LAM, Sérgio Matos, durante uma conferência de imprensa, esta segunda-feira (12.02).
"No entanto, a comunicação que foi trazida é que estas empresas não estavam a abastecer por falta de pagamento", acrescentou.
Essa é uma informação falsa, reitera Sérgio Matos. O responsável reconhece, ainda assim, uma dívida com a estatal PETROMOC de 70 milhões de dólares (o equivalente a 64,9 milhões de euros).
Dívida da LAM e "desvio de dinheiro"
De acordo com Sérgio Matos, essa dívida deve-se à época do ano: "A PETROMOC é que está a fazer o abastecimento do voo de Lisboa e iniciámos há pouco tempo esse voo. Estamos na época baixa, não é possível ter receitas 'normais' entre janeiro e fevereiro – é por isso que estamos com essa dívida, mas a dívida não vai subir."
O diretor da reestruturação da LAM acrescentou que a saúde financeira da empresa é "preocupante". Denunciou também a existência de um grupo de funcionários na instituição que estaria implicado no desvio de dinheiro.
Só em dezembro, disse Matos, houve um défice de 3,2 milhões de dólares. A LAM vai abrir em breve a rota para o Malawi, mas já foi descoberto um esquema de desvio de 1,2 milhões de dólares, segundo o responsável do projeto de reestruturação da empresa.
Por causa disso, terá sido aberta uma investigação que apurou o envolvimento de alguns funcionários. "E por conta dessas coisas todas, estamos a incomodar algumas pessoas".
É por isso que, "quando há interrupções ou atrasos, é chamada a imprensa, para darem a entender que o trabalho não está a ser bem-feito internamente", conclui Sérgio Matos.