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Libertada uma das principais dirigentes da oposição ruandesa

Lusa | AP | Reuters
15 de setembro de 2018

Uma das principais figuras da oposição no Ruanda, Victoire Ingabire, foi libertada este sábado (15.09) da prisão ao abrigo de um indulto presidencial que abrange mais de 2.000 presos. Ingabire esteve seis anos detida.

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Ruanda Entlassung aus Gefängnis | Victoire Ingabire, Opposition FDU-Inkingi
Foto: Reuters/J. Bizimana

"Agradeço ao Presidente que permitiu esta libertação", disse a opositora ao sair da prisão de Mageragere, na capital ruandesa, Kigali. "Espero que isto marque o princípio da abertura do espaço político no Ruanda", acrescentou, apelando ao chefe de Estado, Paul Kagame, que "liberte outros presos políticos".

A libertação inesperada de 2.140 detidos foi decidida no Conselho de Ministros de sexta-feira (14.09).

Victoire Ingabire Umuhoza foi detida em 2010, pouco tempo depois de regressar ao Ruanda para se candidatar às eleições presidenciais pelo partido Forças Democráticas Unificadas (FDU-Inkingi), uma formação da oposição não reconhecida pelas autoridades.

Ingabire, uma economista 'hutu', cumpria uma pena de 15 anos de prisão, a que foi condenada em 2013 por conspiração contra o Governo, traição e colaboração com grupos terroristas e "minimização do genocídio de 1994", que fez 800.000 mortos em três meses, sobretudo membros da minoria 'tutsi'. A opositora não estava no país quando ocorreu o genocídio e a sua condenação foi justificada com a exigência que fez de que também fossem julgados os autores de crimes contra os 'hutu'.

ARCHIV Oppositionsführerin Victoire Ingabire in Ruanda festgenommen
Ingabire cumpria uma pena de 15 anos de prisãoFoto: Getty Images/AFP/S. Terril

Outros indultos

Entre os presos abrangidos pela amnistia presidencial figura o músico Kizito Mihigo, detido em 2015 e condenado a dez anos de prisão por conspiração para assassinar o Presidente.

Paul Kagame, antigo líder da milícia 'tutsi' Frente Patriótica do Ruanda (FPR), entretanto convertida em partido político, dirige o país com mão-de-ferro desde 2000. Em agosto de 2017, Kagame foi reeleito com 98,7% dos votos numas eleições marcadas por irregularidades, segundo organizações internacionais.

O Governo do Ruanda é acusado por várias organizações de defesa dos direitos humanos de detenções extra-judiciais, repressão de opositores e ataques aos meios de comunicação.

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