Libertadas centenas de estudantes raptadas na Nigéria
2 de março de 2021"Fico feliz por poder anunciar que as jovens foram libertadas", disse o governador do Estado de Zamfara, Bello Matawalle, em declarações à agência de notícias AFP, garantindo que as adolescentes "estão de boa saúde".
"O número total de jovens raptadas da escola é de 279 e estão todas connosco", acrescentou o governador. Inicialmente, as autoridades disseram que havia 317 jovens sequestradasda Escola Secundária de Ciências do Governo na cidade de Jangebe, no estado de Zamfara.
Este foi o quarto ataque a escolas em menos de três meses no nordeste da Nigéria, onde grupos criminosos levam a cabo raptos para obterem resgates.
As autoridades de Zamfara negoceiam há mais de um ano acordos de amnistia com os criminosos, em troca da deposição de armas, de acordo com a AFP.
Em dezembro, foram os responsáveis deste estado que negociaram a libertação de 344 alunos raptados numa escola em Kankara, no estado vizinho de Katsina, cuja autoria foi reclamada pelo grupo extremista islâmico Boko Haram, que até então se limitava a atacar o noroeste do país, embora as autoridades os culpassem.
Menores não devem "sofrer consequências dos conflitos"
Na semana passada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente os raptos, apelando à "libertação imediata e incondicional" dos estudantes. Também calssificou os ataques às escolas uma grave violação dos direitos humanos.
A União Europeia (UE) também pediu a pedido a libertação "imediata e incondicional" de todos os reféns, incluindo os alunos de Kankara, salientando que os menores não devem "sofrer as consequências dos conflitos".
O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrel, sublinhou que os ataques na Nigéria causam medo e prejudica os mais vulneráveis, as crianças e as mulheres. "O desaparecimento de alunos e os ataques contra as escolas converteram-se na marca registada dos bandidos, grupos criminais e grupos armados não estatais que operam na região", afirmou o ex-ministro.