Lichinga enfrenta cólera e abastecimento de água em risco
27 de janeiro de 2023A barragem de Locumue, principal fonte de abastecimento de água a Lichinga, comporta atualmente um volume estimado em cerca de 0,816 mil metros cúbicos, em quando a capacidade instalada é de 1.7 milhões de metros cúbicos.
Das quase 70,000 pessoas dependentes da água da barragem, cerca de 24.000 estão a enfrentar dificuldades de acesso ao precioso líquido.
A água que chega aos consumidores está a causar polémica por apresentar um aspeto turvo. Mas não há motivo de preocupação no que toca à qualidade da água, diz Émerson Chembene, diretor do Fundo de Investimento Património de Abastecimento de Água (FIPAG), entidade que gere a barragem.
"Com o início das chuvas, o nível da albufeira baixou drasticamente, as sujidades acumuladas subiram. O preocupante é o nível de matéria orgânica que está acentuada o que acaba influenciado na cor da água, que em alguns bairros por causa dos níveis de pressão que estamos a ter porque estamos ligeiramente a aumentar os volumes de proteção possam existir fugas", explica.
FIPAG assegura qualidade da água
"Em alguns casos já fomos resolver, é claro que o cliente ao ver a água fica assustado, mais daqui da estação o nível de qualidade é boa", assegura o diretor do FIPAG.
Chembene disse ainda à DW África que a água fornecida aos clientes foi devidamente analisada e os resultados compravam que não constitui perigo para a vida dos consumidores.
A governadora da província do Niassa, Judite Massengele, reconhece as dificuldades de abastecimento atuais. "Há necessidade de tentar arranjar alternativas para a conclusão daquela outra barragem que estava em curso e também tivemos conhecimento que o FIPAG tem em mangas uma captação de água no posto administrativo de Lussanhando", diz.
E no caso da cólera, "ficamos satisfeitos em saber que estão a fazer a distribuição de água nos bairros com o apoio do município, isso é de louvar. Devíamos intensificar mais porque os bairros realmente estão com problemas sérios de água", apela a governadora.
Falta de água pode agravar cólera
A província enfrenta um surto de cólera, que poderá agravar-se com a falta de água potável. As comunidades pedem que as autoridades agilizem o processo de vias alternativas para que se possa prevenir contra a doença, diz o residente de Muchenga Ernesto Rico.
"A população de Muchenga não tem poços, água que bebem é aquela que vem dos rios que provoca diarreia, então estamos a pedir ao governo que aumentem poços, com água boa para o consumo, por exemplo água que o FIPAG esta a fornecer é suja e isso não é bom para o consumo "
A cidadã Valéria Caude conta que a cidade de Lichinga enfrenta sérios problemas de água, principalmente na época chuvosa, em que os bairros estão intransitáveis e lamacentos. A falta de água é pode fazer aumentar os casos de cólera, diz.
"Existem pessoas que não tem poços, usam aquela água do FIPAG porque dizem que a água é tratada tem cloro, a cólera e a falta de higiene e se não haver água vão piorar os casos da cólera, devemos tratar os alimentos e tudo isso e com água até a higiene pessoal, se o fornecimento da água reduz haverá mais casos da cólera."