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Líder da RENAMO diz que Moçambique vive "falsa paz"

Lusa
4 de outubro de 2024

O líder da Resistência Nacional Moçambicana, Ossufo Momade, acusa a Frente de Libertação de Moçambique de "recusar" a democracia.

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Líder da RENAMO, Ossufo Momade
Ossufo Momade: "Somos cidadãos de bem, com direitos, deveres e responsabilidades"Foto: M. Mueia/DW

"Temos a difícil missão de ensinar aos membros do partido no poder que não somos como eles. Somos cidadãos de bem, com direitos, deveres e responsabilidades para com este país", afirmou Ossufo Momade, numa comunicação sobre o dia da Paz e Reconciliação Nacional, que assinala hoje o 32.º aniversário do acordo de paz que pôs fim à guerra dos 16 anos, opondo o exército governamental e a guerrilha da RENAMO.

"Estamos já no terceiro acordo, a resistência dos comunistas em recusar a democracia mantém-se. Ainda temos muita luta pela frente, as fraudes eleitoras, a resistência à descentralização e a intolerância política são cumes de uma montanha de manobras para inventar uma falsa paz feita de injustiça, opressão e exclusão", acusou.

Ossufo Momade encontra-se em Vilanculos, província de Inhambane, em campanha para as eleições gerais de quarta-feira, 9 de outubro, em que volta a concorrer a Presidente da República.

O momento do abraço entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade

"As violações dos acordos e a tentativa de matar a nossa jovem democracia prevalece. Estes são sinais de que o regime continua negando a democracia pela qual lutamos e oprime o povo, o que não iremos permitir", disse ainda o líder do maior partido da oposição.

Com o país em campanha eleitoral, que termina no domingo, o candidato presidencial apoiado pela RENAMO mostrou preocupação com eventuais ilícitos eleitorais: "Moçambique não pode voltar a ser palco de conflitos pós-eleitorais por conta de ação de um grupo de pessoas que agem contra a vontade popular e ao arrepio da lei".

A primeira fase do conflito, que deixou milhares de mortos, viria a terminar em 1992, com a assinatura do Acordo Geral de Paz, em Roma, entre o então Presidente, Joaquim Chissano, e Afonso Dhlakama, líder histórico da RENAMO, que morreu em maio de 2018.

Em 2013 sucederam-se outros confrontos entre as partes, durante 17 meses, e que só pararam com a assinatura, em 5 de setembro de 2014, do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre Dhlakama e o antigo chefe de Estado Armando Guebuza.

Alguns anos depois, em 6 de agosto de 2019, foi assinado o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, o terceiro e que está a ser materializado, entre o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspetos, a Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido da oposição.

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