Líderes africanos avaliam plano para silenciar armas
6 de dezembro de 2020A União Africana (UA), que reúne 55 estados, adotou em 2013 um plano para "silenciar as armas" no continente até 2020. Quatro anos depois, os líderes assinaram um roteiro a especificar este objetivo.
Este domingo (06.12), chefes de Estado e de Governo realizaram uma reunião virtual, para avaliar os progressos.
"Todos nós reunidos aqui sabemos que as armas ainda não se calaram”, resumiu o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que atualmente detém a presidência rotativa da UA.
"Em algumas regiões, a paz foi estabelecida, mas ainda enfrentamos desafios consideráveis”, acrescentou.
Ramaphosa condenou os atos de terrorismo e violência extremista que assolam a região do Sahel e o norte de Moçambique.
O presidente da UA também expressou preocupação com a situação no Saara Ocidental, onde recentemente eclodiram conflitos entre Marrocos e os rebeldes da Frente Polisário.
Ramaphosa não comenta situação na Etiópia
No entanto, não fez qualquer comentário sobre o conflito na região dissidente etíope do Tigray, desencadeado em novembro pelo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que enviou o exército federal para atacar as forças da Frente de Libertação do Povo de Tigray.
A sede da UA fica localizada na capital da Etiópia, Adis Abeba.
Ramaphosa lembrou ainda os seus pares que o grande acordo comercial continental, que entrará em vigor no próximo mês, continuará complicado até que o continente esteja estável.
No sábado (05.12), os líderes escolheram oficialmente a data de 01 de janeiro de 2021 para lançar a Zona de Comércio Livre Continental Africana, que supostamente se tornará o espaço comercial mais populoso do mundo.
Este mercado comum visa promover o comércio intra-africano para impulsionar as economias do continente menos desenvolvido.
Inicialmente, o mercado deveria estar operacional em 01 de julho de 2020, mas o fecho da maioria das fronteiras, devido à pandemia de covid-19, resultou no adiamento da data.
"O seu sucesso não pode ser separado de um ambiente estável e favorável aos negócios, capaz de atrair investimento estrangeiro direto", disse Ramaphosa.