Líderes mundiais tentam travar conflito entre Irão e Israel
12 de abril de 2024O ataque à embaixada iraniana, que ocorreu em 1 de abril, matou 12 pessoas, incluindo dois generais iranianos. "O mau regime cometeu um erro a este respeito, deve ser punido e será punido", disse o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei.
"Os consulados e as embaixadas em todos os países que existem são o território do país a que a embaixada pertence. Quando atacaram o nosso consulado, isso significa que atacaram o nosso território. Esta é a lei do mundo", sublinhou.
O Exército de Israel diz que há um risco real de o Irão realizar ataques em território nacional, mas indicou não ter ainda dado instruções de alerta à população, declarou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, sublinhando que o país se encontra "em alerta” e está "muito preparado” para vários cenários possíveis.
"Estamos preparados tanto a nível defensivo como ofensivo, em várias capacidades do exército. Um ataque a partir do território iraniano será uma prova sólida da intenção do Irão de fortalecer a sua presença no Médio Oriente e de deixar de se esconder atrás dos seus representantes", sublinhou.
Israel promete responder a ataques
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, avisou esta quinta-feira (11.04) que haverá resposta a qualquer ataque: "Estamos a viver tempos difíceis. Estamos no meio da guerra em Gaza, mas também nos estamos a preparar para cenários de desafios de outras áreas."
"Estabelecemos um princípio simples: quem nos atacar, será atacado também. Estamos a preparar-nos para satisfazer as necessidades de segurança do Estado de Israel, tanto em termos de defesa como de ataque", acrescentou Netanyahu.
A partir de Casa Branca, Joe Biden avisa que não quer que o conflito alastre. O Presidente norte-americano deixou claro que defenderá Israel em caso de ataque por parte do Irão.
"O nosso compromisso com a segurança de Israel contra estas ameaças do Irão e seus amigos é intransigente. Repito é intransigente. Faremos tudo que pudermos para proteger a segurança de Israel", frisou Biden.
Os Estados Unidos informaram esta sexta-feira (12.04) que um general norte-americano responsável pelo Médio Oriente já está em Israel para discutir com altos funcionários militares as "ameaças à segurança na região". Também o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, instou os homólogos chinês, turco e saudita a dissuadirem o Irão contra qualquer ataque a Israel.
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Cameron, afirmou na quinta-feira (11.04) ter deixado claro ao homologo iraniano que o Irão não deve arrastar o Médio Oriente para um conflito mais vasto. A Austrália pediu ao Irão para não agravar o conflito no Médio Oriente.
Apelos à contenção
Também na quinta-feira, a Alemanha apelou à contenção de Israel e de Irão para evitar "escalada regional". O apelo foi feito pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, durante uma conversa telefónica com o seu homólogo iraniano, Hosein Amir Abdolahian.
"Nos dias que correm, todas as linhas telefónicas diplomáticas estão a funcionar a todo o vapor para evitar uma escalada regional no Médio Oriente", disse a chefe da diplomacia alemã. "Ninguém deve deitar mais achas para a fogueira. Todos os atores da região são chamados a agir de forma responsável e a dar provas de contenção", apelou.
Também a Rússia apelou à contenção para não desestabilizar a região, disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Trata-se de uma violação de todos os princípios do direito internacional. Agora é muito importante que todos mantenham a contenção para não levar a uma completa desestabilização da situação na região, que em si não é estável nem previsível.", declarou.
A companhia aérea alemã Lufthansa, uma das duas únicas companhias ocidentais que voam para Teerão, prolongou a suspensão dos seus voos para a capital iraniana e a Rússia advertiu contra as viagens para o Médio Oriente, especialmente para Israel, o Líbano e os territórios palestinianos.