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Malawi defende necessidade de estabilidade em Moçambique

Lusa
6 de janeiro de 2025

Enviada especial do Presidente do Malawi, Khumbize Chiponda, defendeu hoje a necessidade de estabilidade e paz em Moçambique, face a um período pós-eleitoral marcado por manifestações de contestação e violência.

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Manifestantes protestam contra os resultados eleitorais em moçambique
Confrontos entre polícia e manifestantes já provocaram quase 300 mortos e quase 600 pessoas baleadas, segundo organizações da sociedade civil Foto: Amilton Neves/AFP/etty Images

"Era minha missão transmitir ao Presidente [moçambicano] que no Malawi continuamos empenhados em apoiar Moçambique. Quando Moçambique tem paz e estabilidade, nós, no Malawi, também temos. Por isso, prestamos o nosso apoio ao povo de Moçambique e também para garantir a paz e a estabilidade de que o povo moçambicano tem desfrutado, que devem ser mantidos", disse a enviada especial do Presidente Lazarus Chakwera.

Khumbize Chiponda foi recebida esta manhã pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, na Presidência da República, em Maputo, tendo então sublinhando a "importância" de Moçambique para o país vizinho, ao nível da segurança e também da importação e exportação de bens.

"Estou muito satisfeita pelo facto de o Presidente de Moçambique ter sublinhado que estão a fazer tudo o que podem para garantir que a paz e a calma sejam totalmente restauradas", reconheceu ainda Khumbize Chiponda, em declarações aos jornalistas após reunir-se com Nyusi, recordando a "relação muito especial" entre os dois países vizinhos.

Moçambique: Governo reforça medidas de segurança

Contencioso pós-eleitoral

Confrontos entre a polícia e manifestantes que contestam os resultados das eleições gerais moçambicanas de 09 de outubro já provocaram quase 300 mortos e quase 600 pessoas baleadas, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique fixou oficialmente o dia 15 de janeiro para a tomada de posse do novo Presidente da República, que sucede a Filipe Nyusi.

Em 23 de dezembro, o CC, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da FRELIMO, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

A sua eleição é, contudo, contestada nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - candidato que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória - em protestos a exigirem a "reposição da verdade eleitoral, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.