Malawi pede "apoio urgente" após declaração de catástrofe
26 de março de 2024O Governo do Malawi está a pedir ajuda urgente depois de o Presidente do país ter declarado, no último sábado (23.03), o estado de catástrofe causado pela seca.
O Departamento de Assuntos de Gestão de Catástrofes do país da África Oriental apelou à comunidade internacional para que canalizasse as contribuições para "aliviar o sofrimento" de todos aqueles que estão a ser afetados pela seca em curso.
Declarado o estado de calamidade
No sábado, o Presidente Lazarus McCarthy Chakwera declarou o estado de calamidade devido à seca que afeta 23 dos 28 distritos do país.
McCarthy também apelou a um "apoio urgente" enquanto o país se debate com o que o Governo disse ser "períodos de seca prolongados e inundações induzidos pelo El Niño".
O El Nino é um padrão climático natural e cíclico que tende a provocar um clima mais quente e uma precipitação reduzida, tendo aumentado o risco de segurança alimentar, hídrica e sanitária em algumas partes do mundo.
Chakwera afirmou que eram necessários mais de 200 milhões de dólares (cerca de 185 milhões de euros) de ajuda humanitária.
A medida surge menos de um mês depois de a vizinha Zâmbia ter apelado à ajuda. De acordo com o monitor sazonal do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, a África Austral está sob a influência do fenómeno El Niño, associado a padrões de precipitação abaixo da média e a colheitas abaixo da média.
Fevereiro mais seco das últimas quatro décadas
O PAM afirmou, numa atualização de fevereiro, que a região - que inclui a Zâmbia, o Zimbabué e o Botswana - estava a viver o fevereiro mais seco dos últimos 40 anos e que havia "graves défices de precipitação" no sul do Malawi.
O Zimbabué também viu as suas colheitas serem dizimadas e poderá ter de seguir a mesma linha de ação que os seus vizinhos do norte.
Em janeiro, o PAM declarou que já estava a trabalhar com o Governo do Zimbabué e com as agências de ajuda humanitária para fornecer alimentos a 2,7 milhões de pessoas que vivem nas zonas rurais do país.
A agência de ajuda USAID afirmou, na sua avaliação fiscal de 2023, que a região estava a enfrentar uma insegurança alimentar aguda e enumerou "deslocações induzidas por conflitos e numerosos choques climáticos" entre os desafios que os países da região enfrentam.