Mandatário da RENAMO em Sofala ingressa na FRELIMO
27 de abril de 2020"O assunto piora quando entra o atual presidente, Ossufo Momade, que instaurou um clima de ditadura no seio do partido e fui ver que não havia esperança", disse Ernesto Angelino, mandatário de candidatura da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) na província de Sofala, centro de Moçambique.
Aquele responsável falava à margem de uma apresentação dos novos quadros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, em Gorongosa, juntamente com outros 52 antigos membros.
"Falta de democracia interna"
O grupo de 53 membros da RENAMO que se junta agora à FRELIMO é integrado também por Isaque Zeca, delegado político distrital da RENAMO na Gorongosa, um dos bastiões do principal partido de oposição.
"A falta de vontade política e democracia interna podem levar o partido ao fundo do poço. Já fui delegado distrital, secretário particular do líder, entre outros casos, mas nada muda e, por isso, decidimos abandonar as fileiras e filiarmo-nos a um outro partido", disse Isaque Zeca.
A agência de notícias Lusa tentou, sem sucesso, contactar o porta-voz da RENAMO em Maputo, enquanto o atual delegado provincial do partido em Sofala, Ricardo Gerente, remeteu um comentário para os próximos dias.
A posição destes 53 elementos é o mais recente episódio de divisões internas sob o comando de Ossufo Momade, que assumiu a liderança em 2018 depois da morte do histórico líder, Afonso Dhlakama.
A voz mais dissonante tem sido a de Mariano Nhongo, antigo dirigente da guerrilha, que tem ao seu lado homens armados que ainda deambulam pelo meio rural no centro do país e que contestam o acordo de paz e desarmamento celebrado em agosto passado por Momade com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.