Manica: Deslocados de Cabo Delgado clamam por mais apoios
13 de agosto de 2022Cerca de 150 deslocados da ação terrorista em seis distritos de Cabo Delgado, albergados na cidade de Chimoio, província de Manica, estão a passar dificuldades.
Além de produtos alimentares para suprir as necessidades da falta de comida com que se debatem na região, pedem ao Governo local habitação, terras para a produção agrícola e oportunidades de emprego para sair da penúria em que se encontram.
Simão Pedro, um dos deslocados, agradeceu o empenho do Governo da província central de Manica, que tem vindo a prestar apoio multiforme, embora não seja em quantidades significativas.
"Nós, deslocados de Cabo Delgado, temos falta de mais produtos como a farinha, óleo, sal, sabão e açúcar, para cobrir as necessidades do agregado familiar. Temos como outras necessidades a falta de loiças e cobertores. Pedimos [ao Governo] uma área para fazermos machambas e produção dos nossos próprios produtos alimentícios. Pedimos uma oportunidade de emprego", sublinhou.
Governadora assume fragilidades
São deslocados de seis regiões de Cabo Delgado, nomeadamente Muidumbe, Quissanga, Palma, Mocímboa da Praia, Nangade e Macomia, que abandonaram tudo que tinham, incluindo o teto, devido à ação terrorista.
A governadora de Manica, Francisca Tomás, instada a comentar sobre a preocupação apresentada pelos deslocados, reconheceu que o Governo não tem capacidade de atender cabalmente as suas necessidades.
"Em relação a mantas, estamos a trazer uma parte em resposta ao vosso pedido e outros produtos vamos chegando, na medida de possível, e poderemos distribuir através do distrito de Chimoio”, explicou.
"Em relação ao emprego, junto do Conselho Municipal, quando identificarmos alguns projetos, podemos também colocar naquela zona para que possam ter algum meio para o vosso sustento. É preocupação de todos os jovens, não é só preocupação vossa, e reconhecemos que querem inserir-se aqui em Manica", continuou.
A governante assegurou estarem em curso trabalhos de identificação de espaços em três distritos - Macate, Gondola e Vanduzi -, onde os deslocados poderão desenvolver a atividade agrícola e outras que acharem relevantes.
Francisca Tomás prometeu ainda providenciar insumos agrícolas aos deslocados com o objetivo de facilitar a produtividade das famílias deslocadas.