“Maputo Fast Forward” reúne jovens criativos
16 de novembro de 2017A inovação e criatividade nas várias artes visuais estão a colocar Maputo na rota da revolução tecnológica. É por isso que criativos e investigadores de várias áreas se reúnem pelo segundo ano consecutivo na capital de Moçambique com a oportunidade de exibir os seus conhecimentos artísticos na Era digital.
O moçambicano João Rocho expôs a sua obra-prima, a "Bits Maputo entre Acácias”, um projeto audiovisual composto por 20 fotomontagens. "Há alguns anos começámos um projeto chamando ‘Anima', que é um estúdio criativo. Eu pessoalmente trabalho na área do design. A minha apresentação é sobre a conjuntura económica mundial, num certo sistema de dependência criado entre o Norte e Sul”, explica.
"Será basicamente uma proposta de um cenário possível e especulativo de emancipação dessa dependência através da arte, design e criatividade”, comenta o criativo.
Investir nas tradições
A imaginação levou o artista moçambicano Tavares Cebola a investir e escrutinar a tradição da oralidade em África. "As oportunidades que o áudio oferece para a reprodução e para a divulgação de conteúdos são variadas. Vou associar isso à tradição oral em África, com particular interesse para Moçambique e vou juntar a literacia e outras questões”, sugere.
O contacto entre artistas permite traçar novas narrativas e expressar novas rotas, com a possibilidade de pensar em novos projetos e exposições. É por isso que Luís Teixeira, programador cultural português que foi responsável pela programação da fundação artística Culturgest, leva ao festival novas perspetivas na área das indústrias criativas.
"O que nós fazemos é dotarmos jovens criadores. que são bons sob ponto de vista da criação. de noções básicas sobre como podem pegar nas suas ideias e levá-los até ao mercado. Quer seja em projetos mais empresariais, quer seja em projetos culturais. Uma das ferramentas que está ao dispor é o 'crowdfunding'. São plataformas electrónicas que permitem às pessoas procurarem verbas para financiar os seus projetos”, esclarece o português.
Moçambique como ecossistema cultural
Raquel Nobre, uma das organizadoras do evento, salienta o que o "Maputo Fast Forward” pretende levar o país mais longe. "Primeiro [queremos] estimular a criatividade e inovação em diversas áreas, seja na arte, cultura, tecnologia, arquitetura, design e por aí em diante… O segundo objetivo é estimular e desenvolver ações de formação no sentido de constituir em Moçambique um verdadeiro ecossistema cultural e criativo", diz.
O “Maputo Fast Forward” decorre na capital de Moçambicana de 15 de novembro a 16 de dezembro. Durante os cerca de 30 dias haverá exposições, debates sobre o processo artístico e criativo e oficinas sobre projetos culturais de várias áreas artistas.