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Milhares de alunos ao relento devido às cheias em Moçambique

Romeu da Silva (Maputo)9 de fevereiro de 2015

Mais de seis milhões de alunos voltam à escola em Moçambique, mas muitos outros não podem regressar, para já, porque tiveram de fugir das chuvas com as famílias. As enxurradas também destruíram duas mil salas de aula.

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Foto: DW/M. Mueia

As aulas começaram oficialmente esta segunda-feira (09.02) em Moçambique. Tal como muitas crianças, Maira entrou pela primeira vez na escola. Apesar de não estar familiarizada com o ambiente escolar, o seu encarregado de educação, Mateus Cavele, diz que a menina está a postos para enfrentar o desafio.

"Tive a oportunidade de comprar o uniforme e também livros e cadernos a tempo", contou o pai de Maira à DW África.

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Sorte igual não terão os meninos das escolas que na cidade de Maputo continuam inundadas. São no total dez escolas que vão iniciar as aulas mais tarde.

Os pais e encarregados de educação esperam que as autoridades governamentais sejam flexíveis a resolver o problema.

"Acredito que o Governo vai arranjar uma alternativa, um currículo especial. Está na altura de fazer isso", disse o pai de um aluno, que lamenta a situação em que estas pessoas se encontram.

"É triste saber que há crianças que não vão poder avançar connosco. Mas o Governo é que sabe", declarou também uma mãe.

Escolas inundadas

As autoridades municipais estão preocupadas com o cenário de inundações em algumas escolas. Já foram mobilizadas motobombas para evacuar as águas, que "serão distribuídas esta semana para ajudar a vazar a água onde isso é possível", garantiu o presidente do município de Maputo, David Simango.

O outro desafio do município é transferir famílias desalojadas pelas chuvas que ainda estão acomodadas nas escolas. "Estamos a trabalhar para que as famílias sejam transferidas para um local de acomodação provisória, mas sem pôr em causa as aulas", esclareceu David Simango.

Não é só na capital do país que muitos alunos não terão aulas. No centro e no norte as chuvas destruíram centenas de salas de aula. Em Moçambique, 30 mil turmas vão ter aulas ao relento por causa das chuvas, segundo o Ministério da Educação.

Neste ano, mais de oito mil novos professores vão ser integrados e foram construídas mais duzentas novas escolas primárias.

Schulraum der Grundschule in Tofo, Mosambik
Escola Primária do TofoFoto: Jessica Scheweleit
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