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Ministro alemão anuncia mais ajuda para vítimas da seca na Somália

17 de agosto de 2011

O Ministro alemão do Desenvolvimento, Dirk Niebel, apelou para uma solução política do conflito na Somália. Em visita ao campo de refugiados queniano de Dadaab, Niebel anunciou a quintuplicação da ajuda alemã.

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O ministro alemão do Desenvolvimento, Dirk Niebel, encontrou-se, em Nairobi, com o primeiro-ministro queniano, Raila OdingaFoto: DW

No campo de Dadaab vivem mais de 400 000 refugiados, quase todos da Somália. Todos os dias chegam aqui cerca de 1400 pessoas. O diretor para a África Central e do Leste do Programa Alientar Mundial (PAM), Tanlake Samkange, diz:"As nossas capacidades estão completamente esgotadas. Por isso saudamos a contribuição anunciada pelo ministro".

Samkange refere-se ao ministro alemão do Desenvolvimento, Dirk Niebel, que na segunda-feira, dia 15 de agosto, anunciou uma quintuplicação dos apoios alemães para as vítimas da seca e da fome. Os dois campos de refugiados no Quénia vão receber somas avultadas, disse Niebel: "Reverterão a favor deste campo e daquele em Kakuma um total de 18,35 milhões de euros, porque esta é uma área onde podemos e temos que ajudar de forma imediata".

Kenia Dürre in Ostafrika Flüchtlingslager in Dadaab Kind
Em Dadaab, as crianças subnutridas recebem assistência imediataFoto: dapd

Reservas do PAM estão a chegar ao fim

Em encontros com representantes das organizações de assistência e do governo queniano, Niebel inteirou-se da urgência de uma ação imediata. As reservas do PAM estão a chegar ao fim, diz o diretor, Stanlake Samkange "Temos reservas para um mês. Estamos a tentar angariar mais assistência, porque em outubro começa a época das chuvas. Nessa altura vai ser tarde demais para transportar os bens". É que as chuvas tornam as pistas impraticáveis para os camiões com assistência.

Para já, há alimentos para distribuir no campo. Na fila de espera pela sua ração, Hussein Hassan, de 21 anos, diz que só conhece o campo de refugiados, onde cresceu. Gostava de ir para a Somália, que não conhece. Hassan está farto da sua vida de refugiado. Mas ela só chegará ao fim quando terminar a guerra civil na Somália: "Pedimos especialmente ao governo alemão que nos ajude a conquistarmos a paz, para que não morram ainda mais pessoas. Em vez de nos darem comida, deem-nos dois anos de esforços para conseguir a paz"

Urge a paz na Somália

Foi o que Hussein Hassan disse também ao ministro Niebel, que agradeceu e concordou. Em vinte anos de guerra civil, a comunidade internacional não conseguiu resolver o problema da Somália, disse o político, apelando para uma solução pacífica do conflito: "Para isso é importante reforçar as instituições políticas, incluindo a União Africana como instituição regional. É igualmente importante encontrarmos interlocutores para chegarmos a uma solução pacífica".

Mas a guerra na Somália ainda não chegou ao fim, como percebeu também o ministro Niebel no voo de regresso. Na avioneta que o levou para Nairobi seguiu também um homem gravemente ferido no peito por uma bala quando fugia da Somália.

Flash-Galerie Hungerkatastrophe in Afrika
Todos os dias chegam ao campo de refugiados de Dadaab cerca de 1400 pessoas, na sua maioria somalisFoto: picture alliance/dpa

Autor: Christoph Käppeler

Edição: Cristina Krippahl / António Rocha