Ministro e secretário reconduzidos à prisão em Bissau
1 de dezembro de 2023Os dois governantes encontravam-se no quartel da Guarda Nacional, no bairro de Luanda, arredores de Bissau, de onde foram levados novamente "para as celas da Polícia Judiciária" no bairro de Reno, disse à Lusa fonte militar.
O ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, foram postos em prisão preventiva, na quinta-feira (30.11), após seis horas de interrogatórios no Ministério Público, e momentos depois foram retirados das celas pela Guarda Nacional.
Por volta da 01:00 desta manhã eclodiram violentos tiroteios junto ao quartel da Guarda Nacional, no bairro de Luanda. Fontes militares indicaram tratar-se de confrontos entre soldados daquela corporação e elementos do Batalhão da Presidência da República.
A Polícia Militar foi enviada ao local dos combates e esta manhã, por volta das 08:30, deteve o comandante da Guarda Nacional, coronel Vítor Tchongo, e "mais alguns elementos" daquela corporação.
Tchongo e os outros detidos da Guarda Nacional foram conduzidos para as celas no quartel do Estado Maior General das Forças Armadas, na Amura, no centro de Bissau.
Forças Armadas apelam à calma
Em comunicado a que a DW teve acesso, o Estado-Maior-General das Forças Armadas da Guiné-Bissau informa a população que "a situação voltou à normalidade" na capital e apela à calma.
"Os mercados e os estabelecimentos comerciais podem continuar as suas atividades normais", conclui.
Na capital guineense deixaram de se ouvir, por volta das 09:00, os disparos de armas, que começaram cerca das 01:20 desta sexta-feira, prolongaram-se por alguns minutos e voltaram a ouvir-se pouco depois das 07:00.
Os tiros aconteceram na sequência de tensões vividas durante toda a noite de quinta-feira, depois de o Ministério Público ter decretado a prisão preventiva do ministro das Finanças, Sulemaine Seide, e do secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro.
Os governantes estão a ser investigados no âmbito de um pagamento de seis mil milhões de francos CFA (cerca de 10 milhões de dólares) a 11 empresários, através de um crédito a um banco comercial de Bissau.