Ministério do Interior da Guiné-Bissau proíbe manifestações
15 de janeiro de 2024O anúncio foi feito pelo comissário nacional da Polícia de Ordem Pública (POP), Salvador Soares, em resposta "às informações nas redes sociais" da pretensão de manifestações públicas de cidadãos nos próximos dias.
O responsável disse que a POP tomou conhecimento de que a Plataforma Aliança Inclusiva (PAI- Terra Ranka), que venceu as últimas eleições legislativas e cujo Governo foi demitido em dezembro pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, estaria a preparar uma manifestação pública para o próximo dia 18.
A coligação, que no passado dia 8 de janeiro tentou realizar uma manifestação pública em Bissau, não se conforma com a decisão de Sissoco Embaló de demitir o seu Governo e ainda de dissolução do Parlamento.
O comissário da POP também indicou ter informações de que um grupo denominado "Cidadãos Decepcionados" pretende realizar uma outra manifestação pública, em Bissau, em protesto pelos seis mil milhões de francos CFA (cerca de nove milhões de euros) que o Governo demitido pagou a 11 empresários.
Armas de fogo saíram dos quartéis
Salvador Soares considerou que o país não está em condições de permitir manifestações do género, por estarem em curso operações de buscas e apreensões de armas de fogo.
O responsável da polícia guineense observou que vários agentes das Forças de Defesa e Segurança levaram para fora das respetivas unidades armas de fogo e que, neste momento, existem relatos de disparos esporádicos nos bairros de Bissau.
Aquelas armas teriam sido retiradas dos quartéis em momentos de fuga de elementos envolvidos nas alegadas tentativas de golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2022, bem como a 30 de novembro e 1 de dezembro de 2023, observou Soares.
"Por estas e outras razões, o Ministério do Interior e da Ordem Pública, através do Comissariado da Ordem Pública, entende que não estão reunidas as condições do ponto de vista de segurança para a realização de qualquer evento público desta natureza, marchas ou comícios", afirmou o comissário da POP.
Salvador Soares sublinhou que esta informação foi dada a conhecer às representações em Bissau das Nações Unidas, União Africana (UA), Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA), Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Europeia (EU) e sociedade civil guineense.