1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Morreu o político moçambicano Máximo Dias

DW (Deutsche Welle) | Lusa
28 de dezembro de 2020

Morreu na manhã desta segunda-feira (28.12), em Lisboa, o advogado e político moçambicano Máximo Dias, avança a imprensa local.

https://p.dw.com/p/3nHZQ
Mosambik I Luftbild der Stadt Maputo
Foto: Roberto Paquete/DW

O político e advogado de carreira Máximo Dias faleceu esta segunda-feira (28.12), na capital portuguesa, vítima de uma paragem cardiorrespiratória, segundo avança o jornal "Carta de Moçambique".

O conceituado advogado moçambicano, de 83 anos, retirou-se em 2017, depois de cerca de 50 anos de exercício, deixando a advocacia com algumas críticas ao sistema, denunciando casos de corrupção e sentenças condicionadas a valores monetários.

Máximo Dias era o antigo "número 2" do Gumo, fundado depois do 25 de Abril de 1974, com o objetivo de reclamar a luta pelo poder.

Exilou-se em Lisboa, foi co-fundador do Centro Moçambicano em Lisboa (Centro de Cultura, Desporto e Mútuo Socorro). Quando Moçambique abraçou o multipartidarismo em 1992, Dias criou o Monamo, através do qual concorreu a Presidente da República em 1994.

Dias alegava ser um dos fundadores da RENAMO

Máximo Dias concorreu às primeiras eleições presidenciais moçambicanas, realizadas em 1994, pelo Movimento Nacionalista de Moçambique (Monamo), partido de que era líder, assumindo-se como "candidato didata".

O escrutínio foi ganho pelo candidato da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, Joaquim Chissano.

Reivindicou por diversas vezes ter sido um dos fundadores da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição e protagonista da guerra civil que durou 16 anos em Moçambique, mas assumiu ter abandonado a organização devido à aposta na via militar.

Em paralelo com a atividade de advogado, Máximo Dias assumiu-se como um dos opositores mais críticos da Frelimo, mas também censurou a orientação da RENAMO.

Em 2017, anunciou a retirada da vida política nacional e o regresso a Portugal, onde estava em tratamento médico.  

O velório do político está marcado para quarta-feira, (30.12), na igreja São João de Brito e as cerimónias terminam, no mesmo dia, no Cemitério do Lumiar, em Lisboa, Portugal.