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120 mil moçambicanos vivem em zonas de risco de inundações

12 de março de 2019

Províncias da Zambézia, Tete (centro) e Niassa (norte), enfrentam intempéries, o que levou Governo a declarar alerta vermelho. 120 mil pessoas estão em zonas de risco de inundações devido às chuvas fortes.

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Mosambik Überschwemmung
Foto de arquivo: Rio Licungo na Zambézia (inundações em 2015)Foto: picture-alliance/dpa/A. Silva

O Governo de Moçambique acaba de ativar o alerta vermelho face às chuvas fortes e cheias que afetam a zona centro do país e que já resultaram em pelo menos dez mortos e afetaram 63 pessoas desde a última quarta-feira (06.03).

Uma depressão tropical estacionada no Canal de Moçambique evoluiu para a tempestade tropical Idai, que deverá transformar-se num ciclone tropical nos próximos dias e voltar a atingir o cento do país.

Para evitar mais vítimas mortais, o Governo decidiu mobilizar todos os meios disponíveis para o salvamento e retirada das pessoas que vivem em zonas de risco e assistência humanitária.

Fundos para a proteção

O Instituto de Gestão de Calamidades (INGC), segundo a diretora, Augusta Maita, precisa de 18 milhões de dólares para proteger a população.

Mosambik Überschwemmungen
Foto de arquivo: Cheias na Província da Zambézia (2015)Foto: DW/M. Mueia

"Solicitamos a ativação do alerta vermelho para toda a região centro do país. Afigura-se pertinente também o apoio e mobilização imediata destes um ponto mil milhões de meticais (cerca de 16 milhões de euros) para fazer face a esta assistência que se mostra pertinente".

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades já fez as contas ao número de pessoas afetadas pelas intempéries na região centro e o cenário é dramático. De acordo com Augusta Maita, "já estão afetadas cerca de 38.285 pessoas, 28.272 mil famílias, as intempéries já provocaram ferimentos em 111 pessoas, há 9.587 casas parcialmente destruídas e 5.125 mil totalmente destruídas".

Cidade da Beira inundada após chuvas fortes

120 mil pessoas em zonas de risco

O INGC aponta ainda para 120 mil pessoas em zonas de risco de inundações, enquanto as cheias afetam 55 mil pequenos agricultores devido à inundação de mais de 80 mil hectares de área cultivada.

Face ao drama das cheias, o Governo conta com o apoio dos parceiros de cooperação, garantiu a ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namachulua: "Com os parceiros de cooperação também decidimos alocar mais meios, não só materiais como também financeiros, no sentido de apoiarmos as populações que serão retiradas das zonas de risco".

Moçambique: 120 mil pessoas estão em zonas de risco de inundações

Neste momento, a prioridade, segundo a ministra, é a retirada imediata da população nas zonas de risco e, para isso, será necessária  a "mobilização de meios aéreos para a retirada das pessoas que estão nas zonas de risco. Os COEs [Comités Operativos de Emergência] provinciais e distritais também estarão em alerta máximo, iremos intensificar o sistema de comunicações que o Instituto de Gestão de Calamidades tem para a retirada compulsiva das pessoas".

Missão técnica da ONU em Maputo

Uma missão de técnicos das Nações Unidas chegou esta terça-feira (12.03) a Maputo para avaliar o apoio necessário para o país, após as chuvas e inundações que começaram na semana passada.

Segundo um comunicado da ONU, "a nível local, as Nações Unidas apoiam a coordenação da resposta internacional e prestam assistência urgente através das várias agências", enquanto o Governo, "que lidera as ações de resposta, já instalou pelo menos 10.512 deslocados em 15 centros de trânsito nas três províncias afetadas".

Recorde-se que Moçambique é ciclicamente afetado por calamidades naturais, com o sul a registar seca e o centro e norte do país cheias.

 

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